31 de jul. de 2013

Capítulo 31 - Ultimo (1/2)


A porta abriu e fechou. Eu esperei ouvir passos se aproximando, mas o único som que ouvi foi o tic-tac do relógio: uma batida rítmica e firme soando através do silêncio. O som começou a desaparecer. Eu me perguntei se eu o ouviria parar completamente. De repente eu temi esse momento, incerta do que viria depois. Um som mais vibrante se sobressaiu ao relógio. Foi um som etéreo, tranquilizante, como uma dança no ar. Asas, eu pensei. Vindo me buscar. Eu segurei minha respiração, esperando, esperando, esperando. Então o relógio começou a ir ao sentido inverso. No lugar de um som lento, veio um mais certo. Um espiral como líquido se formou dentro de mim. Eu estava deslizando através de mim para um lugar escuro e quente.
Meus olhos abriram para painéis de carvalho familiares no teto acima de mim. Meu quarto. Uma sensação de reafirmação me inundou então me lembrei de onde estive. No ginásio com o Jules. Um tremor percorreu minha pele.
“Joe?” eu disse, minha voz estava rouca de desuso. Eu tentei sentar-me, então dei um choro abafado. Alguma coisa estava errada com meu corpo. Cada osso, músculo, célula estava ferida. Eu me sentia como um hematoma gigante.
Houve um movimento perto da porta. Joseph encostou-se ao batente da porta. Sua boca estava pressionada firmemente sem sua pontada de humor usual. Seus olhos estavam mais profundos do que eu jamais tinha visto. Eles estavam afiados por um limite protetor.
“Foi uma boa luta lá no ginásio,” ele disse. “Mas acho que você se beneficiaria com mais algumas aulas de boxe.”
Como uma onda, tudo voltou. Lágrimas rolaram de dentro de mim. “O que aconteceu? Onde está o Jules? Como cheguei aqui?” Minha voz estava rachada com o pânico. “Eu me joguei da viga.”
“Precisou de muita coragem para fazer aquilo.” A voz do Joseph se tornou rouca e ele atravessou meu quarto andando. Ele fechou a porta atrás dele e eu sabia que era o jeito dele tentar trancar para fora todo o mal. Ele estava colocando uma divisão entre mim e tudo o que tinha acontecido. Ele veio e sentou-se na cama ao meu lado.
“Do que mais você se lembra?” Eu tentei juntar os pedaços da minha memória, trabalhando de trás para frente. Eu me lembrei do bater de asas que ouvi logo depois de ter me jogado
da viga. Sem dúvida nenhuma eu sabia que tinha morrido. Eu sabia que um anjo tinha vindo para carregar minha alma.
“Estou morta, não estou?” eu disse baixinho, cambaleando com pavor. “Eu sou um fantasma?”
“Quando você pulou, o sacrifício matou o Jules. Tecnicamente, quando você voltou, ele também deveria ter voltado. Mas já que ele não tinha uma alma, ele não tinha nada para reavivar seu corpo.”
“Eu voltei?” eu disse, esperando que eu não estivesse me enchendo de falsas esperanças.
“Eu não aceitei seu sacrifício. Eu o desfiz.”
Eu senti um pequeno Oh formar-se na minha boca, mas isso nunca passou pelos meus lábios. “Você está dizendo que desistiu de um corpo humano por mim?”
Ele ergueu minha mão enfaixada. Debaixo de toda a gaze, minhas articulações pulsavam por ter batido no Jules. Joseph beijou cada dedo, sem pressa, mantendo seus olhos colados nos meus. “O que há de bom em ter um corpo se não posso ter você?”
Lágrimas pesadas rolaram pelas minhas bochechas, Joseph me puxou para ele e aconchegou minha cabeça em seu peito. Muito devagar o pânico foi embora e eu soube que tudo tinha acabado. Eu iria ficar bem. Repentinamente eu me afastei. Se Joseph tinha recusado o sacrifício, então...  “Você salvou minha vida. Vire-se.” Eu ordenei solenemente.
Joseph me deu um sorriso tímido e atendeu meu pedido. Eu ergui sua camiseta até os ombros. Suas costas eram suaves e com a musculatura definida. As cicatrizes tinham sumido.
“Você não pode ver minhas asas,” ele disse. “Elas são feitas de material espiritual.”
“Agora você é um anjo da guarda.” Eu ainda estava muito admirada para envolver minha mente nisso, mas ao mesmo tempo eu senti uma curiosa... Felicidade.
“Eu sou o seu anjo da guarda,” ele disse.
“Eu tenho meu próprio anjo da guarda? No que constitui seu trabalho exatamente?”
“Guardar seu corpo.” Seu sorriso aumentou. “Eu levo meu trabalho a sério, o que significa que vou precisar me familiarizar com o assunto em um nível pessoal.”
Meu estômago ficou todo agitado. “Isso significa que agora você pode sentir?”
Joseph me observou em silêncio por um tempo.
“Não, mas isso significa que eu não estou na lista negra.”
No andar de baixo, eu escutei o rumor baixo da porta da garagem sendo aberta.
“Minha mãe!” eu engasguei. Eu encontrei o relógio na mesa de cabeceira. Era pouco depois das suas da manhã. “Eles devem ter aberto a ponte. Como essa coisa de anjo da guarda funciona? Sou a única pessoa que pode te ver? Quero dizer, você é invisível para as outras pessoas?”
Joseph me encarou como se ele esperasse que eu não estivesse falando sério.
“Você não é invisível?” eu guinchei. “Você tem que dar o fora daqui!” Eu fiz um movimento para empurrar o Joseph para fora da cama, mas fui interrompida por um golpe seco nas minhas costelas. “Ela vai me matar se te encontrar aqui. Você pode escalar árvores? Diga-me que você pode escalar uma árvore!”
Joseph sorriu. “Eu posso voar.”
Oh. Certo. Bem, okay.
“A polícia e o departamento de bombeiros estiveram aqui mais cedo,” Joseph disse. “A suíte principal vai precisar de reforma, mas eles impediram que o fogo se alastrasse. A polícia vai voltar. Eles vão fazer algumas perguntas. Se eu tivesse que adivinhar, eles tentaram te rastrear pelo telefone que você ligou para o 911.”
“O Jules o pegou.”
Ele fez um aceno com a cabeça. “Eu imaginei. Eu não me importo com o que você vai dizer a polícia, mas eu agradeceria se me deixasse fora disso.” Ele deslizou a janela do meu quarto para abrir. “Uma última coisa. A Miley trouxe a polícia a tempo. Os paramédicos salvaram o Elliot. Ele está no hospital, mas ele vai ficar bem.”
Eu ouvi a porta fechar no andar debaixo, no fim das escadas.
Mamãe estava dentro de casa.
“Demi?” ela chamou. Ela jogou sua bolsa e chaves na mesa de entrada. Seus saltos altos faziam barulho no chão de madeira, quase em um ritmo de corrida. “Demi! Tem fita da polícia na porta da frente! O que está acontecendo?”
Eu olhei para a janela. O Joseph já tinha ido, mas uma única pena preta estava presa na parte de fora do vidro, por causa da chuva da noite passada. Ou pela mágica de anjo.
No andar de baixo, minha mãe acendeu a luz da entrada, um fraco raio de luz se esticou por debaixo da minha porta. Segurei minha respiração e contei os segundos, sabendo que eu tinha mais dois antes... Ela gritou. “Demi! O que aconteceu com o balaústre!”
Bom saber que ela ainda não tinha visto seu quarto ainda.



O céu estava perfeito, lavado de azul. O sol estava apenas começando a aparecer no horizonte. Era segunda-feira, um novo dia, os horrores das últimas vinte e quatro horas ficaram para trás. Tive cinco horas de sono completo e todas as outras que a dor em todo o meu corpo por ter sido sugada pela morte e em seguida ter sido cuspida de volta permitiram, eu me sentia extraordinariamente renovada. Eu não queria uma ter nuvem negra no momento, lembrando-me que a polícia estava para chegar a qualquer momento para tomar meu depoimento dos eventos da noite passada. Eu ainda não tinha pesado no que iria dizer a eles.
Fui para o banheiro com minha camisola – bloqueando mentalmente a pergunta de como tinha colocado ela, já eu provavelmente estava usando as roupas da noite anterior quando Joseph me trouxe para casa – e cumpri minha rotina matinal. Joguei água fria no rosto, escovei os dentes e domei meu cabelo com uma faixa elástica. No meu quarto, coloquei uma camiseta e calça limpas. Eu liguei para a Miley.
“Como você está?” eu perguntei.
“Bem. Como você está?”
“Bem.”
Silêncio.
“Okay,” Miley disse rapidamente, “Ainda estou surtando. E você?”
“Completamente.”
“Joseph me ligou no meio da noite. Ele disse que Jules foi muito violento com você, mas que você estava bem.”
“Sério? Joseph te ligou?”
“Ele ligou do Jeep. Ele disse que você estava dormindo no banco de trás e iria te levar para casa. Ele disse que aconteceu de ele estar passando perto da escola quando ele ouviu um grito. Ele disse que encontrou você no ginásio, mas você tinha desmaiado de dor. Depois ele olhou para cima e viu Jules pular da viga. Ele disse que o Jules deve ter pirado, um efeito colateral da culpa pesada que sentiu por ter aterrorizado você.”
Eu não tinha percebido que estava segurando a respiração até tê-la soltado. Obviamente o Joseph tinha manipulado alguns detalhes.
“Você sabe que não acredito nisso,” Miley continuou. “Você sabe que acho que o Joseph matou o Jules.”
Na posição da Miley, provavelmente eu teria pensado o mesmo. Eu disse, “O que a polícia acha?”
“Ligue a TV. Tem uma cobertura ao vivo agora no canal cinco. Eles estão dizendo que o Jules invadiu a escola e pulou. Eles estão se referindo a isso como um trágico suicídio adolescente. Eles estão pedindo para as pessoas que tem informações ligarem para o telefone que está na parte de cima da tela.”
“O que você disse para a polícia quando você os chamou pela primeira vez?”
“Eu estava apavorada. Eu não queria ser presa por invasão. Então liguei como anônima de um telefone público.”
“Bem,” eu disse afinal, “se a polícia está tratando isso como suicídio, eu acho que foi isso que aconteceu. Afinal são tempos modernos na América. Temos o benefício dos peritos.”
“Você está escondendo alguma coisa de mim,” a Miley disse. “O que aconteceu realmente depois que eu saí?”
Era aqui que a coisa complicava. Miley era minha melhor amiga e nós vivíamos sob o lema: Sem Segredos. Mas algumas coisas eram impossíveis de explicar. O fato de o Joseph ser um anjo caído convertido em anjo da guarda estava no topo da lista. Logo abaixo estava o fato de eu ter pulado da viga e morrido, mas eu ainda estou viva hoje.
“Eu me lembro do Jules encurralando-me no ginásio,” eu disse. “Ele me contou toda a dor e medo que iria me infligir. Depois disso, os detalhes ficam nebulosos.”
“É muito tarde para desculpas?” Miley disse, parecendo mais sincera do que ela já tinha sido em toda nossa amizade. “Você estava certa sobre o Jules e o Elliot.”
“Desculpas aceitas.”
“Nós deveríamos ir fazer compras,” ela disse. “Sinto essa necessidade irresistível de comprar sapatos. Muitos deles. O que nós precisamos é de uma boa e velha terapia de compras de sapatos.”
A campainha tocou e eu olhei para o relógio. “Tenho que dar meu depoimento para a polícia sobre o que aconteceu na noite passada, mas eu te ligo depois disso.”
“Noite passada?” O tom da Joseph denunciava pânico. “Eles sabem que você estava na escola? Você não deu meu nome para eles, deu?”
“Na verdade uma coisa aconteceu antes.” Alguma coisa chamada Ashley. “Te ligo logo,” eu disse, desligando antes de ter que mentir para dar outra explicação.
Mancando pelo corredor até o topo da escada onde vi quem minha mãe tinha convidado a entrar. Os detetives Basso e Holstijic.
Ela os acompanhou até a sala e embora o detetive Holstijic colapsasse no sofá, o detetive Basso permaneceu em pé. Ele estava de costas para mim, mas um degrau rangeu no meio da minha descida e ele se virou.
“Demetria Lovato,” ele disse com sua voz de policial durão. “Encontramos-nos novamente.”
Minha mãe piscou. “Vocês já se encontraram antes?”
“Sua filha tem uma vida excitante. Parece que estamos aqui toda semana.”
Minha mãe me deu um olhar questionador e eu ergui os ombros, sem pistas, como se fosse para adivinhar, piadinha de policial?
“Por que você não se senta, Demi, e nos conte o que aconteceu,” o detetive Holstijic disse.
Eu me acomodei em uma das poltronas macias do lado oposto do sofá. “Antes das nove, na noite passada, eu estava na cozinha tomando leite com chocolate quando a Srta. Greene, minha psicóloga da escola apareceu.”
“Ela simplesmente entrou na sua casa?” o detetive Basso perguntou.
“Ela me disse que eu tinha algo que ela queria e foi quando eu corri para o andar de cima e me tranquei na suíte principal.”
“Volte,” disse o detetive Basso. “O que era essa coisa que ela queria?”
“Ela não disse. Mas ela mencionou que não era uma psicóloga de verdade. Ela disse que estava usando o emprego para espionar os alunos.” Eu olhei para todos. “Ela é louca, né?”
Os detetives trocaram olhares.
“Vou anotar o nome dela e ver o que posso encontrar,” o detetive Holstijic disse, ficando em pé.
“Deixe-me ver se entendi direito,” o detetive Basso me disse. “Ela te acusou de roubar uma coisa que pertencia a ela, mas ela nunca disse o que era?”
Outra pergunta complicada. “Ela estava histérica. Eu entendia apenas metade do que ela estava dizendo. Eu corri e me tranquei dentro da suíte principal, mas ela arrebentou a porta. Eu estava escondida dentro da chaminé da lareira, ela disse que iria queimar a casa cômodo por cômodo para me encontrar. Então ela começou o fogo. Bem ali, no meio do quarto.”
“Como ela começou o fogo?” minha mãe perguntou.
“Eu não consegui ver. Estava na chaminé.”
“Isso é loucura,” o detetive Basso disse, chacoalhando a cabeça. “Nunca vi nada parecido antes.”
“Ela vai voltar?” minha mãe perguntou para os detetives, vindo para ficar ao meu lado e colocou suas mãos protetoramente no meu ombro. “Demi está salva?”
“Talvez queira ver sobre instalação de um sistema de alarme.” Detetive Basso abriu sua carteira e deu um cartão para mamãe. “Eu confio nesses caras. Diga a eles que eu indiquei e eles darão um desconto para você.”
Algumas horas depois que os detetives saíram, a campainha tocou novamente.
“Deve ser da empresa de alarme,” mamãe disse, me encontrando no corredor. “Eu liguei e eles disseram que mandariam alguém hoje. Não posso dormir sem algum tipo de proteção até eles encontrarem a Srta. Greene e a trancarem em algum lugar. A escola se deu ao trabalho de checar as referências dela?” Ela abriu a porta e o Joseph estava parado na entrada. Ele usava uma Levi’s desbotada, uma camiseta branca confortável e segurava uma caixa de ferramentas na mão esquerda.
“Boa tarde, Sra. Lovato.”
“Joseph.” Não consegui distinguir o tom da minha mãe. Surpresa misturada com confusão. “Você está aqui para ver a Demi?”
Joseph sorriu. “Estou aqui para inspecionar sua casa para o novo sistema de alarme.”
“Achei que você tinha um emprego diferente,” mamãe disse. “Achei que você servia mesas no Borderline.”
“Eu tenho um trabalho novo.” Joseph fixou seus olhos nos meus e eu esquentei em muitos lugares. Na verdade, eu estava perigosamente perto de ferver. “Aqui fora?” ele me perguntou.
Eu o segui até sua moto.
“Ainda temos muito que conversar,” eu disse.
“Conversar?” Ele chacoalhou a cabeça, seus olhos cheios de desejo. Beijar, ele sussurrou nos meus pensamentos.
Não era uma pergunta, mas um aviso. Ele sorriu quando eu não protestei e abaixou sua boca até a minha. O primeiro toque foi apenas isso – um toque. Uma provocação, atraente suavidade. Lambi meus lábios e o sorriso do Joseph se aprofundou.
“Mais?” ele perguntou.
Eu entrelacei minhas mãos em seus cabelos, trazendo-o para mais perto. “Mais.” Sorri e ele me beijou, acariciei seus cabelo e ele envolveu seus braços ao redor da minha cintura me apertando contra ele.
Separamos o beijo com selinhos “Sua mãe vai estar a noite em casa?” Joseph perguntou, seus olhos transmitiam desejo e amor.
“Não, ela tem um leilão em outra cidade” Senti sua boca na minha testa, tocando em forma carinhosa e senti seu sorriso, sabia ao que ele estava se referindo e eu estava disposta a ama-lo sem me importar com seu passado, sua queda e o fato de ele não sentir meu toque. Eu queria isso e ele também.


Hey guys. Tudo bem com vocês? ai estar o ultimo capítulo original da fic. O próximo vai ser feito por mim. E como pediram... HOT kkk . A enquete agora vai ser fixa, eu fiquei trocando várias vezes né? açlsaçlsaçls. Daqui a pouco posto as sinopses de cada uma e tem até segunda feira para votarem. Não paro de ouvir We can't stop da Miley cyrus, Made in the usa da Demi e Here's to growing up da Avril. To numa onda muito animada açslaçslças isso é bom. Anyway. 

Respondendo aos comentários:

Thais: O hot está quase pronto, não sei se ficou perfeição porque né açslaçlsçlasçla sou apaixonada por seus layouts asuahsua. Já mudei a url e adorei a nova. Postei, espero que goste, mandona u_u çalsçalsa Beijosss.
Srta. Erika Lovato!: É um dos melhores e preferido que eu já li também. Supeeeer shippo patch açslaçsl. Ahh obrigada, fico feliz que goste, e sim, faça de conta que nunca leu porque né u_u açlsaçlsçalsçlas briiinks. O hot está quase pronto e postei. Passei no teu blog, li e ameeei, muito bom mesmo. Enfim, obrigada mesmo. Beeijos
- Alice : Ah sim, tudo bem. Jemi é super perfeito hahah. Que bom que gostou. To esperando o layout açslaçls Obrigada por avisar, mesmo. Volte sempre. Beeijos

Então é isso, até mais <33

28 de jul. de 2013

Capítulo 30 - Penultimo capítulo


Eu não fazia ideia de onde a Miley estava. O pensamento óbvio de pensar como Jules veio a mim – onde eu deixaria Miley presa se eu fosse ele? Ele quer fazer com que seja difícil de escapar e difícil de ser achado, eu considerei. Eu convocara uma planta mental do prédio, espreitando minha atenção para os níveis superiores. A probabilidade era que Miley estivesse no terceiro andar, o mais alto da escola – exceto por um pequeno quarto andar, que era mais um sótão do que qualquer outra coisa. Uma escada estreita acessível apenas do terceiro andar levava a ele. Havia duas salas de aula de estilo bangalô no alto: Espanhol avançado e o laboratório do eZine. Miley estava no laboratório do eZine. Bem assim, eu soubera.
Movendo-me tão rapidamente quanto podia na escuridão, eu fui sentindo o caminho por dois andares de escada. Após alguns erros e acertos, eu encontrei a escada estreita que dava para o laboratório do eZine. No alto, eu empurrei a porta.
“Miley?” eu chamei suavemente.
Ela soltou um gemido baixo.
“Sou eu,” eu disse, dando cada passo com cuidado enquanto eu manobrava por um corredor de carteiras, não querendo derrubar uma cadeira e alertar Jules da minha locação. “Está machucada? Precisamos cair fora daqui.” Eu a encontrei agachada na frente da sala, abraçando seus joelhos em seu peito.
“Jules me acertou na cabeça,” ela disse, sua voz aumentando. “Eu acho que desmaiei. Agora não consigo ver. Não consigo ver nada!”
“Me escuta. Jules cortou a eletricidade e as cortinas foram puxadas. É só a escuridão. Segure a minha mão. Temos que descer agora mesmo.”
“Eu acho que ele danificou algo. Minha cabeça está pulsando. Eu realmente acho que estou cega!”
“Não está cega,” eu sussurrei, dando-lhe um pequeno chacoalhão. “Não consigo ver tampouco. Temos que ir sentindo o caminho escada abaixo. Vamos embora pela saída no escritório de atletismo."
“Ele colocou correntes em todas as portas.”
Um momento de silêncio rígido caiu entre nós. Eu me lembrei de Jules me desejando boa sorte em escapar, e agora eu sabia por que. Um tremor perceptível ondulou do meu coração para o resto do meu corpo. “Não pela porta que eu entrei,” eu disse por fim. “A porta mais distante a leste está destrancada.”
“Deve ser a única. Eu estava com ele quando ele acorrentou as outras. Ele disse que dessa maneira ninguém ficaria tentado a ir para fora enquanto brincávamos de esconde-esconde. Ele disse que do lado de fora era fora de limites.”
“Se a porta do leste é a única destrancada, ele tentará bloqueá-la. Ele esperará nós irmos até ele. Mas não iremos. Nós sairemos por uma janela,” eu disse, inventando um plano de cabeça. “No lado oposto do prédio... deste lado. Você está com seu celular?”
“Jules o pegou.”
“Quando formos para fora, teremos que nos separar. Se Jules nos caçar, ele terá que escolher uma de nós para seguir. A outra buscará ajuda.” Eu já sabia quem ele escolheria. Jules não tinha uso algum para Miley, exceto para me atrair para cá hoje à noite. “Corra o quanto puder e chegue até um telefone. Chame a polícia. Diga a eles que Elliot está na biblioteca.”
“Vivo?” Miley perguntou, sua voz tremendo.
“Eu não sei.”
Nós ficamos agachadas juntas, e eu senti ela puxar sua camiseta para cima e enxugar seus olhos. “Isso tudo é minha culpa.”
“Isso é culpa do Jules.”
“Estou assustada.”
“Vamos ficar bem,” eu disse, tentando soar otimista. “Eu apunhalei Jules na perna com um bisturi. Ele está sangrando muito. Talvez ele desista de nos caçar e vá conseguir atenção médica.”
Um gemido escapou de Miley. Ambas sabíamos que eu estava mentindo. O desejo de Jules por vingança superava seu ferimento. Superava tudo. Miley e eu nos arrastamos escada abaixo, ficando junto às paredes, até que estivéssemos de volta no andar principal.
“Por aqui,” eu sussurrei em seu ouvido, segurando sua mão enquanto passávamos correndo pelo corredor, nos dirigindo para mais longe ao oeste.
Não tínhamos andado muito quando um som gutural, não exatamente uma risada, saiu de um túnel de escuridão à frente.
“Ora, ora, o que temos aqui?” Jules disse. Não havia rosto anexado a sua voz.
“Corra,” eu disse a Miley, apertando sua mão. “Ele me quer. Chame a polícia. Corra!”
Miley deixou minha mão cair e correu. Seus passos dissiparam deprimentemente rápidos. Eu me perguntei brevemente se Joseph ainda estava no prédio, mas foi mais um pensamento secundário. A maior parte da minha concentração estava em não desmaiar.
Porque mais uma vez, eu me encontrava totalmente sozinha com Jules.
“A polícia levará pelo menos vinte minutos para responder,” Jules me disse, o bater de seus sapatos se aproximando. “Eu não preciso de vinte minutos.”
Eu me virei e corri. Jules começou a correr atrás de mim.
Apalpando minhas mãos pelas paredes, eu virei à direita na primeira intersecção e corri por um corredor perpendicular. Forçada a depender das paredes para me guiar, minhas mãos bateram nas pontas afiadas dos armários e das ombreiras das portas, beliscando minha pele. Eu virei novamente à direita, correndo o mais rápido que pude para as portas duplas do ginásio.
O único pensamento martelando na minha cabeça era que se eu conseguisse chegar no meu armário do ginásio a tempo, eu poderia me trancar dentro. O vestiário feminino era de parede a parede e do chão ao teto com armários excessivamente grandes. Levaria tempo para que Jules arrombasse cada um individualmente. Se eu tivesse sorte, a polícia chegaria antes que ele me achasse.
Eu me lancei no ginásio e corri para o vestiário feminino anexado.
Assim que eu empurrei a maçaneta, eu senti um ferrão de horror frio. A porta estava trancada. Eu bati na maçaneta novamente, mas ela não cedeu. Girando ao redor, eu procurei freneticamente outra saída, mas eu estava presa no ginásio. Eu caí contra a porta, fechei meus olhos apertadamente para protelar o desmaio, e escutei minha respiração aumentar.
Quando eu reabri meus olhos, Jules estava andando na neblina da luz do luar escorrendo pela claraboia. Ele prendera sua camiseta ao redor de sua coxa; uma mancha de sangue pingou do tecido. Ele estava com uma regata branca e calça de algodão cáqui. Uma arma estava enfiada no elástico de sua calça.
“Por favor me deixe ir,” eu sussurrei.
“Miley me contou algo interessante sobre você. Você tem medo de altura.”
Ele levantou seu olhar para as vigas no alto do ginásio. Um sorriso rompeu seu rosto.
O ar estagnado estava encharcado com os cheiros de suor e de verniz de madeira.
O aquecedor fora desligado no recesso da primavera e a temperatura estava gelada. Sombras se esticavam para frente e para trás pelo chão polido enquanto a luz do luar irrompia pelas nuvens. Jules estava de pé com suas costas para as arquibancadas, e eu vi Joseph se mover atrás dele.
“Você atacou Taylor Swift?” eu perguntei a Jules, me ordenando a não reagir e revelar o Joseph.
“Elliot me disse que há uma rixa entre vocês duas. Eu não gostei da ideia de outra pessoa ter o prazer de atormentar a minha garota.”
“E a janela do meu quarto? Você me espionou enquanto eu dormia?”
“Nada pessoal.”
Jules endureceu. Ele deu um passo para frente repentinamente e deu uma sacudida no meu punho, me virando na frente dele. Eu senti o que temi ser a arma pressionado contra minha nuca. “Tire seu chapéu,” Jules ordenou a Joseph. “Quero ver a expressão no seu rosto quando eu a matar. Você não pode ajudá-la. Tão impotente quanto eu estava para fazer algo quanto ao juramento que prestei para você.”
Joseph deu alguns passos mais para perto. Ele se movia facilmente, mas eu senti sua preocupação firmemente controlada. A arma ficou mais próxima, e eu recuei.
“Dê outro passo e esse será o último suspiro dela,” Jules avisou.
Joseph olhou a distância entre nós, calculando quão rapidamente ele podia cobri-la. Jules viu isso também.
“Não tente,” ele disse.
“Você não vai atirar nela, Chauncey.”
“Não?” Jules apertou o gatilho. A arma fez um clique, e eu abri minha boca para gritar, mas tudo que saiu foi um gemido trêmulo.
“Revólver,” Jules explicou. “As outras cinco câmaras estão carregadas.”
Pronta para usar os movimentos de boxe dos quais está sempre se gabando? Joseph disse para a minha mente.
Minha pulsação estava descontrolada, minhas pernas mal me segurando. “O-o quê?" eu gaguejei. Sem aviso, uma precipitação de poder fluiu por mim. A força estrangeira se expandiu para me preencher. Meu corpo estava completamente vulnerável para o Joseph, toda a minha força e liberdade confiscadas enquanto ele tomava posse de mim. Antes de eu ter tempo de perceber exatamente o quanto essa perda de controle me aterrorizava, uma dor excruciante foi encravada pela minha mão, e eu percebi que Joseph estava usando meu punho para socar Jules. A arma foi solta; ela derrapou pelo chão do ginásio para fora de alcance.
Joseph comandou que minhas mãos batessem em Jules por trás contra as arquibancadas. Jules tropeçou, caindo nelas.
Quando me dei conta, minhas mãos estavam fechando na garganta de Jules, lançando sua cabeça novamente contra as arquibancadas com um estralar alto! Eu o segurei ali, pressionando meus dedos em seu pescoço. Seus olhos arregalaram-se, então inflaram-se. Ele estava tentando falar, movendo seus lábios ininteligivelmente, mas Joseph não o soltou.
Eu não serei capaz de ficar dentro de você por muito mais tempo, Joseph falou para os meus pensamentos. Não é Cheshvan e eu não tenho permissão. Assim que eu for expulso, corra. Entendeu? Corra o mais rápido que puder. Chauncey estará fraco e estupefato demais para entrar dentro da sua cabeça. Corra e não pare.
Um alto som de zumbido saiu de mim, e eu senti meu corpo se descascando do de Joseph.
Os vasos sanguíneos no pescoço de Jules saltaram para fora e sua cabeça caiu para o lado.
Vamos, eu ouvi Joseph o encorajar. Desmaie... desmaie…
Mas era tarde demais. Joseph sumiu de dentro de mim. Ele se fora tão repentinamente, eu fiquei tonta.
Minhas mãos estavam em controle novamente, e elas se libertaram do pescoço de Jules impulsivamente. Ele arfou por ar e pestanejou para mim. Joseph estava no chão há alguns metros, sem se mover.
Eu me lembrei do que Joseph tinha dito e corri a toda velocidade pelo ginásio. Eu me lancei contra a porta, esperando velejar no corredor. Ao invés foi como atingir uma parede. Eu empurrei a barra da porta, sabendo que a porta estava destrancada.
Há cinco minutos eu tinha passado por ela. Eu arremessei todo meu peso contra a porta. Não abria. Eu me virei, a descida da adrenalina fazendo com que meus joelhos tremessem. “Saia da minha mente!” Eu gritei para Jules.
Se levantando para sentar no menor degrau das arquibancadas, Jules massageou sua garganta. “Não,” ele disse.
Eu tentei a porta novamente. Eu levantei meu pé e chutei a barra da porta. Eu bati minhas palmas contra a fenda de janela da porta. “Socorro! Alguém consegue me ouvir? Socorro!”
Olhando sobre meu ombro, eu encontrei Jules mancando na minha direção, sua perna machucada fazendo um grande esforço a cada passo. Eu espremi meus olhos, tentando me focar. A porta se abriria assim que eu encontrasse sua voz e a varresse para fora. Eu procurei cada canto da minha mente, mas não conseguia encontrá-lo. Ele estava em algum lugar profundo, se escondendo de mim. Eu abri meus olhos. Jules estava muito mais perto. Eu ia ter que encontrar outra saída.
Perfurada numa parede acima das arquibancadas estava uma escada de ferro. Ela alcançava a grade de vigas no alto do ginásio. Na ponta mais distante das vigas, na parede oposta, quase diretamente acima de onde eu estava, tinha um canal de ventilação. Se eu conseguisse chegar até ele, eu conseguiria escalar e achar outra saída.
Eu saí correndo a toda velocidade por Jules e até as arquibancadas. Meus sapatos bateram na madeira, ecoando pelo espaço vazio, tornando impossível escutar se Jules estava me seguindo. Eu coloquei meu pé no primeiro degrau da escada e me suspendi. Eu escalei um degrau, então outro. De canto de olho, eu vi o bebedouro de muito abaixo. Estava pequeno, o que queria dizer que eu estava no alto. Muito no alto.
Não olhe para baixo, eu me ordenei. Concentre-se no que está acima. Eu escalei tentativamente mais um degrau. A escada chacoalhou, não soldada propriamente à parede.
A risada de Jules chegou até a mim, e minha concentração escorregou. Imagens de despencação relampejaram na minha mente. Logicamente, eu sabia que ele as estava plantando. Então meu cérebro inclinou-se, e eu não conseguia me lembrar que lado era para cima ou para baixo. Eu não conseguia decifrar quais pensamentos eram meus e quais pertenciam ao Jules. Meu medo era tão grosso que borrava minha visão. Eu não sabia onde eu estava na escada. Meus pés estavam centrados? Eu estava perto de escorregar?
Apertando o degrau com ambas as mãos, eu pressionei minha testa contra meus nós dos dedos. Respire, eu disse a mim mesma. Respire! E então eu ouvi.
O som vagaroso e agonizante de metal rangendo. Eu fechei meus olhos para suprimir um ataque de tontura. Os suportes de metal segurando o alto da escada à parede se soltaram. O resmungo metálico mudou para um lamento agudo enquanto o próximo conjunto de suportes foi arrancado da parede. Eu observei com um grito preso na minha garganta enquanto toda a metade de cima da escada era solta. Prendendo meus braços e pernas ao redor da escada, eu me preparei para cair para trás.
A escada hesitou um momento no ar, pacientemente sucumbindo à gravidade.
E então tudo aconteceu rapidamente. As vigas e claraboias dissiparam-se num borrão vertiginoso. Eu voei para baixo até que, repentinamente, a escada parou. Ela se balançou para cima e para baixo, perpendicular à parede, nove metros acima do chão. O impacto sacolejou as minhas pernas e as soltou, as minhas mãos sendo a minha única ligação com a escada.
“Socorro!” eu gritei, minhas pernas pedalando no ar.
A escada recuou para o lado, caindo mais vários metros. Um dos meus sapatos escorregou do meu pé, ficou preso pelo meu dedão, então caiu. Muito tempo mais tarde, atingiu o chão do ginásio. Eu mordi minha língua enquanto a dor nos meus braços se aprofundava. Eles estavam sendo arrancados de seus encaixes.
E então, através do medo e do pânico, eu ouvi a voz do Joseph. Bloqueie-o. Continue subindo. A escada está intacta.
“Não posso,” eu choraminguei. “Ela vai cair!”
Bloqueie-o. Feche seus olhos. Escute a minha voz.
Engolindo em seco, eu forcei meus olhos a fecharam. Eu me agarrei à voz de Joseph e senti uma superfície vigorosa tomar forma abaixo de mim. Meus pés não estavam mais balançando no ar. Eu senti um dos degraus da escada escavando na planta dos meus pés.
Focando-me com resolução na voz de Joseph, eu esperei até que o mundo se rastejasse de volta ao lugar. Joseph estava certo. Eu estava na escada. Eu estava endireitada, presa à parede. Eu recuperei uma porção de determinação e continuei escalando.
No alto eu relaxei precariamente na viga mais próxima. Eu coloquei meus braços ao redor dela, então balancei minha perna direita para cima e sobre ela. Eu estava encarando a parede, com as minhas costas para o canal de ventilação, mas não havia nada que eu pudesse fazer agora. Muito cuidadosamente, eu me levantei de joelhos. Usando toda a minha concentração, eu comecei a avançar de costas pela expansão do ginásio.
Mas era tarde demais. Jules tinha escalado rapidamente, e estava agora a menos de cinco metros de mim. Ele escalou a viga. Mão sobre mão, ele se arrastou na minha direção. Um corte escuro na parte interior de seu pulso capturou minha atenção. Ele cruzava suas veias num ângulo de noventa graus e era quase preto na cor. Para qualquer outra pessoa, podia ter parecido com uma cicatriz. Para mim, significava muito mais. A conexão familiar era óbvia. Nós dividíamos o mesmo sangue, e isso mostrava nas nossas marcas idênticas.
Ambos estávamos sentados de pernas aberta na viga, sentados cara a cara, três metros de distância.
“Alguma palavra final?” Jules disse.
Eu olhei para baixo, mesmo isso me deixando tonta. Joseph estava muito abaixo no chão do ginásio, imóvel como um morto. Bem então, eu queria voltar no tempo e reviver cada momento com ele. Mais um sorriso secreto, mais uma risada compartilhada. Mais um beijo eletrizante. Achá-lo foi como achar alguém que eu não sabia que estava procurando. Ele tinha chego à minha vida tarde demais, e agora estava partindo cedo demais. Eu lembrei dele me dizendo que desistiria de tudo por mim. Ele já tinha. Ele já tinha desistido de um corpo próprio para que eu pudesse viver.
Eu vacilei acidentalmente, e instintivamente caí mais para me equilibrar.
A risada de Jules transmitiu um sussurro gelado. “Não faz diferença para mim se eu atiro em você ou se você cai para a sua morte.”
“Faz diferença,” eu disse, minha voz baixa, mas confiante. “Você e eu partilhamos o mesmo sangue.” Eu levantei minha mão precariamente, mostrando-lhe minha marca de nascença. “Sou sua descendente. Se eu sacrificar meu sangue, Joseph se tornará humano e você morrerá. Está escrito n’O Livro de Enoque.”
Os olhos de Jules estavam desprovidos de luz. Eles estavam treinados em mim, absorvendo cada palavra que eu falava. Eu podia afirmar pela expressão dele que ele estava pesando as minhas palavras. Um rubor cresceu em seu rosto, e eu soube que ele acreditava em mim. “Você...,” ele cuspiu.
Ele deslizou na minha direção com uma velocidade frenética, simultaneamente esticando a mão para seu cinto para tirar a arma.
Lágrimas surgiram nos meus olhos. Sem tempo para pensar duas vezes, eu me atirei da viga.


Momento tenso hein AÇLSKJAÇSJ, amei esse layout da Thais, tava esperando apenas ela disponibilizar. Agora sim to satisfeita. Então, vim aqui perguntar para você se querem hot, A Becca, escritora do livro não escreveu nenhum hot no livro, mas eu já tenho um quase pronto se vocês comentarem querendo eu posto. Lembrando que será minha autória. Ai divido os capítulo e já vou treinando para próximas fanfics depois de hush hush. Não esqueçam de votar na enquete. Opinião de vocês é muito importante. Enfim é isso. Não sei quando irei postar novamente, amanhã ou depois, depende dos comentários. Então boa noite e até o próximo <33

Respondendo aos comentários:

Thais: Então, ninguém imagina açlsaçlsçals, sim, eles estão apaixonados awwn. Joe apareceu e Demi pulou. Curiosa? çalsaçlsaçlsas. Postei. Beijooos
Amantes Do Kidrauhl: Visitei lá, você escreve bem, meus parabéns. Amo a Ariana ><, não gosto muito do Justin, não me julguem u_u, masss é muito interessante. Volte sempre. Beeijos

27 de jul. de 2013

Capítulo 29


Cinco minutos vieram e passaram. Dez minutos se transformaram em vinte. Eu lutei para ignorar o sentimento de arrepiar de que estava sob vigilância. Olhei para as sombras que circundavam da escola.
Por que o Joseph estava demorando tanto? Eu misturei algumas teorias, sentindo mais desconfortável nesse momento. E se o Joseph não conseguisse encontrar a Miley? O que aconteceria quando o Joseph encontrasse o Eliot? Eu não acho que o Elliot é mais poderoso que o Joseph, mas há sempre uma chance – se Elliot tivesse o elemento surpresa.
O telefone no meu bolso tocou e eu pulei de susto.
“Eu vejo você,” Elliot disse quando eu atendi. “Sentada aí no carro.”
“Onde você está?”
“Observando da janela do segundo andar. Estamos jogando aqui dentro.”
“Eu não quero jogar.”
Ele finalizou a chamada.
Com meu coração na garganta, eu saí do carro. Olhei para as janelas escuras da escola. Não achava que o Elliot soubesse que o Joseph estava lá dentro. Sua voz estava impaciente, não raivosa ou irritada. Minha única esperança era que o Joseph tivesse um plano e tivesse certeza que nada aconteceria comigo ou com a Miley. A Lua estava mais nublada e com uma sombra de medo eu andei em direção à porta leste. Eu dei um passo dentro da semiescuridão. Meus olhos demoraram alguns segundos para fazer alguma coisa com a iluminação do poste que passava pela janela e terminava na metade de cima da porta. As tiras do assoalho refletiam um brilho seroso. Armários estavam alinhados dos dois lados do corredor, parecendo soldados robôs dormindo. No lugar de um sentimento de paz e quietude, as salas radiavam uma ameaça escondida.
As luzes de fora iluminavam os primeiros passos no corredor, mas depois disso, eu não conseguia ver mais nada. Do lado de dentro da porta havia um painel de interruptores de luz, eu os liguei. Nada aconteceu. Já que a energia estava funcionando lá fora, eu sabia que a eletricidade tinha sido cortada por uma mão. Eu me perguntei se isso era parte do plano do Elliot. Eu não conseguia vê-lo e nem a Miley. Também não vi o Joseph. Eu teria que
fazer meu caminho através de cada sala na escola, fazendo um jogo de eliminação até que eu o encontrasse. Juntos nós poderíamos achar a Miley.
Usando as paredes como guia, eu rastejei para frente. Em qualquer dia da semana, eu passava nesse trecho de corredor várias vezes, mas na escuridão de repente pareceu estranho. E mais comprido. Muito comprido. Na primeira interseção eu avaliei mentalmente meu ambiente. Virar a esquerda me levaria aos escritórios administrativos, bem como para a escada dupla. Eu continuei em frente, me aprofundando na escola, em direção as salas de aulas.
Meu pé ficou preso em alguma coisa e antes que eu pudesse reagir, eu me alastrei no chão. A luz cinza nebulosa filtrada por uma claraboia diretamente acima enquanto a Lua saia por entre as nuvens, iluminou as características do corpo que eu tropecei. Jules estava de costas, sua expressão fixa em um olhar perdido. Seu cabelo longo e loiro estava emaranhado em seu rosto, suas mãos caídas ao seu lado. Eu fiquei de joelhos e cobri minha boca, ofegante. Minhas pernas tremiam com a adrenalina. Muito devagar, eu coloquei a palma da minha mão no peito do Jules. Ele não estava respirando. Ele estava morto.
Eu fiquei em pé e engasguei com um grito. Eu queria chamar o Joseph em voz alta, mas isso daria minha localização para o Elliot – isso se ele ainda não sabia. Eu percebi que ele poderia estar metros daqui, me observando enquanto seu jogo perverso se desdobrava.
A iluminação que vinha de cima enfraqueceu e eu fiz uma pesquisa frenética no corredor. Mais corredor sem fim se estendia a minha frente. A biblioteca era em cima, um pequeno lance de escadas a minha esquerda. As salas de aula começavam a direita. Num momento de decisão dividida, eu escolhi a biblioteca, tateando pelos corredores enegrecidos para me afastar do corpo do Jules. Meu nariz escorreu e eu percebi que estava chorando silenciosamente. Por que Jules está morto? Quem o matou? Se Jules está morto, a Miley também está?
As portas da biblioteca estavam destrancadas e eu entrei. Passando pelas prateleiras de livros, no final da biblioteca, havia três pequenas salas de estudo. Eles eram a prova de som; se o Elliot quisesse isolar a Miley, as salas eram o lugar ideal para colocá-la.
Eu estava começando a ir em direção às salas quando um gemido masculino ecoou pela biblioteca. Eu cheguei a um impasse. As luzes do corredor se acenderam, iluminando a escuridão da biblioteca. O corpo do Elliot estava caído alguns metros a frente, sua boca estava repartida, sua pele estava cinzenta. Seus olhos rolaram em minha direção e ele ergueu um braço para mim. Um grito estridente escapou de mim. Girando, eu corri para as portas da biblioteca, jogando e chutando as cadeiras que estavam no caminho. Corra! Eu ordenei a mim mesma. Vá para a saída!
Eu cambaleei para fora das portas, foi quando as luzes do corredor se apagaram, mergulhando tudo novamente na escuridão.
“Joseph!” eu tentei gritar. Mas minha voz chamou e eu fiquei engasgada no seu nome.
Jules estava morto. Elliot estava quase morto. Quem os tinha matado? Quem tinha sobrado? Eu tentei dar algum sentido ao que estava acontecendo, mas toda razão havia me escapado.
Um empurrão nas minhas costas me tirou o equilibro. Outro empurrão me fez voar para o lado. Minha cabeça bateu em um armário, me assombrando.
Um feixe de luz cruzou minha visão e um par de olhos negros atrás de uma máscara de esqui entrou em foco. A luz vinha de uma lanterna de mina presa acima da máscara.
Empurrei para cima e tentei correr. Um dos seus braços disparou, barrando minha escapada. Ele ergueu seu outro braço, me prendendo contra o armário.
“Você achou que eu estava morto?” Eu podia ouvir o sorriso triunfante e gelado em sua voz. “Eu não podia perder a última oportunidade de brincar com você. Diverte-me. Quem você achou que fosse o cara mau? Elliot? Ou passou pela sua mente que sua melhor amiga poderia ter feito isso? Estou ficando quente, não? Isso é o que acontece com o medo. Trás o que há de pior em nós.”
“É você.” Minha voz crepitou.
Jules arrancou a lanterna e a máscara de esqui. “Em carne e osso.”
“Como você fez isso?” eu perguntei com a voz ainda tremendo. “Eu vi você. Você não estava respirando. Você estava morto.”
“Você está me dando muito crédito. Foi tudo você Demi. Se sua mente não fosse tão fraca, eu não conseguiria ter feito nada. Estou fazendo você se sentir mal? É desanimador saber que de todas as mentes que eu invadi, a sua está no topo da lista das mais fáceis? E mais divertida?”
Eu lambi os lábios. Minha boca tinha um gosto estranho, uma combinação de seca e pegajosa. Eu podia sentir o cheiro de medo na minha respiração. “Onde está a Miley?”
Ele bateu no meu rosto. “Não mude de assunto. Você deveria realmente aprender a controlar seu medo. Medo mina a lógica e abre várias oportunidades para pessoas como eu.”
Este era um lado do Jules que eu nunca tinha visto. Ele foi sempre tão quieto, tão taciturno, radiando uma completa falta de interesse em qualquer um a sua volta. Ele ficava ao fundo, demandando pouca atenção, pouca suspeita. Muito inteligente da parte dele, eu pensei.
Ele agarrou meu braço e empurrou-me atrás dele.
Eu o agarrei e torci o corpo e ele levou seu punho no meu estômago. Eu tropecei para trás, procurando por um ar que não vinha. Meu ombro arrastou para baixo um armário até que eu sentei e dobrei no chão. Uma faixa de ar desceu na minha garganta e eu engasguei com ele.
Jules tocou os arranhões que minhas unhas tinham deixado em seu antebraço. “Isso vai custar caro para você.”
“Por que você me trouxe aqui? O que você quer?” Eu não conseguia evitar a histeria na minha voz.
Ele me levantou pelo braço e me arrastou mais fundo no corredor. Chutando uma porta para abrir, ele me empurrou para dentro e eu caí, as palmas das minhas mãos colidiram contra o chão duro. A porta bateu atrás de mim. A única luz vinha da lanterna que o Jules segurava.
O ar tinha os odores familiares de produtos químicos e pó de giz. Pôsteres de corpo humano e seções transversais de células humanas decoravam a parede. Um grande balcão de granito com uma pia ficava a frente do cômodo. Estava de frente para várias mesas de granito parecidas. Nós estávamos dentro da ala de biologia do Treinador McConaughy.
Um lampejo de metal passou pelos meus olhos. Um bisturi estava no chão, enfiado na lixeira. Deve ter sido negligenciado pelo Treinador e pelo zelador. Enfiei-o na cintura da minha calça enquanto o Jules me colocava em pé.
“Eu tive que cortar a eletricidade,” ele disse, colocando a lanterna na mesa mais próxima. “Você não pode brincar de esconde-esconde na claridade.”
Raspando duas cadeiras pelo chão, ele as posicionou uma de frente para outra. “Sente-se.” Não parecia um convite.
Meus olhos dispararam para o painel de janelas que abrangia a parede mais distante. Eu me perguntei se eu conseguiria abrir uma e escapar antes do Jules me pegar.
Entre mil outros pensamentos de autopreservação, eu disse a mim mesma para não parecer assustada. Em algum lugar no fundo da minha mente eu me lembrei dos conselhos das aulas de autodefesa que eu fiz junto com a mamãe depois que meu pai morreu. Fazer contato visual... Parecer confiante... Usar o senso comum... Tudo mais fácil falar do que fazer.
Jules me empurrou pelo ombro, forçando-me a sentar na cadeira. O metal frio escoou pelo meu jeans.
“Dê-me seu celular,” ele ordenou, ergueu a mão para esperar por isso.
“Eu deixei no carro.”
Ele sorriu. “Você quer realmente fazer joguinho comigo? Eu tenho sua melhor amiga trancada em algum lugar no prédio. Se você fizer joguinhos comigo, ela vai se sentir excluída. Eu terei que pensar em um jogo extra especial para fazer com ela.”
Eu tirei meu telefone e passei para ele.
Com uma força sobre humana ele o partiu ao meio. “Agora somos apenas nós dois.” Ele deixou-se cair na cadeira que estava na minha frente e esticou suas pernas luxuosamente. Um dos braços pendia no encosto da cadeira. “Vamos conversar Demi.”
Eu pulei da cadeira. Jules me enganchou pela cintura antes que eu pudesse dar quatro passos e me jogou de volta na cadeira.
“Eu costuma ter cavalos,” ele disse. “Há muito tempo atrás na França, eu tinha um estábulo com lindos cavalos. Os cavalos espanhóis eram meus favoritos. Eles eram capturados ainda selvagens e trazidos direto para mim. Em semanas eu os domava. Mas sempre havia um cavalo raro que se recusava a ser domado. Você sabe o que eu fazia com o cavalo que se recusava a ser domado?”
Eu estremeci em resposta.
“Coopere e você não terá nada a temer,” ele disse.
Em nenhum momento eu acreditei nele. O brilho em seus olhos não era de sinceridade.
“Eu vi o Elliot na biblioteca.” Eu estava surpresa pela hesitação na minha voz. Eu não gostava ou confiava no Elliot, mas ele não merecia morrer vagarosamente e com dor. “Você o machucou?”
Ele chegou mais perto, como se fosse dividir um segredo. “Se você for cometer um crime, nunca deixe evidência. Elliot tem sido uma parte integral de tudo. Ele sabia muito.”
“É por isso que estou aqui? Por causa da reportagem que eu achei sobre a Kjirsten Halverson?”
Jules sorriu. “Elliot deixou de mencionar que você sabe sobre a Kjirsten.”
“O Elliot a matou... ou foi você?” Perguntei com uma onda fria de inspiração.
“Eu tinha que testar a lealdade do Elliot. Eu tirei o que era mais importante. Elliot estava na Kinghorn com bolsa e ninguém o deixava esquecer sobre isso. Até que eu cheguei. Eu fui seu benfeitor. No fim, ele tinha que escolher entre eu e a Kjirsten. Mais sucintamente, escolher entre dinheiro e amor. Aparentemente não há prazer em ser pobre entre os príncipes. Eu o comprei e foi quando eu soube que eu poderia contar com ele quando fosse hora de lidar com você.”
“Por que eu?”
“Você ainda não percebeu?” A luz destacava a crueldade em seu rosto, criando a ilusão de que seus olhos tinham mudado para a cor de prata derretida. “Eu tenho brincado com você. Fazendo de você uma marionete. Usando você como representante, porque a pessoa que eu quero realmente ferir não pode ser ferida. Você sabe quem é essa pessoa?”
Todos os nós do meu corpo pareciam desfeitos. Meus olhos perderam o foco. O rosto do Jules parecia uma pintura impressionista – borrada nos cantos, sem detalhes. O sangue foi drenado da minha cabeça e senti que eu começava a escorregar da cadeira. Eu já tinha me sentido assim vezes suficientes para saber do que eu precisava: ferro. E rápido.
Ele deu um tapa no meu rosto novamente. “Foco. De quem estou falando?”
“Eu não sei.” Eu não conseguia que minha voz fosse mais que um sussurro.
“Você sabe por que ele não pode ser ferido? Porque ele não tem um corpo humano. Seu corpo carece de sensação física. Se eu o trancasse e o torturasse, não valeria a pena. Ele não pode sentir. Nem um pouquinho de dor. Com certeza você tem um palpite agora? Você tem passado muito tempo com essa pessoa. Por que está tão silenciosa Demi? Você não consegue descobrir?”
Uma gota de suor desceu nas minhas costas.
“Todo ano no começo do mês Hebreu do Cheshvan, ele toma o controle do meu corpo. Duas semanas inteiras. Isso é quanto tempo eu perco o controle. Sem liberdade, sem escolha. Eu não posso ter o luxo de escapar durante essas duas semanas, emprestando meu corpo e voltar quando tiver tudo acabado. Então eu seria capaz de me convencer que aquilo não estava acontecendo realmente. Não. Ainda estou aqui, um prisioneiro dentro do meu próprio corpo, vivendo cada momento disso,” ele disse num tom monótono. “Você sabe como é sentir-se assim? Você sabe?” ele gritou.
Eu mantive minha boca fechada, sabendo que falar poderia ser perigoso. Jules riu, uma rajada de ar entre seus dentes. Soou mais sinistro do que qualquer coisa que eu já tinha ouvido.
Ele disse, “Fiz um juramento permitindo ele tomar posse do meu corpo durante o Cheshvan. Eu tinha dezesseis anos de idade.” Ele encolheu os ombros, mas foi um movimento rígido. “Ele enganou-me para jurar me torturando. Depois, ele me disse que eu não era humano. Você acredita? Não humano. Ele me disse que minha mãe, uma humana, dormiu com um anjo caído.” Ele sorriu odiosamente, suor salpicava sua testa. “Eu mencionei que eu herdei algumas características do meu pai? Assim como ele, eu sou um enganador. Eu faço você ver mentiras. Eu faço você escutar vozes.”
Assim. Você pode me ouvir Demi? Você ainda está amedrontada?
Ele deu um tapinha na minha testa. “O que está acontecendo aí Demi? Terrivelmente quieto.”
Jules era Chauncey. Ele era Nephilim. Lembrei-me da minha marca de nascimento e o que a Ashley tinha me contado. Jules e eu dividimos o mesmo sangue. Nas minhas veias tinha o sangue de um monstro. Eu fechei meus olhos e uma lágrima escapou.
“Lembra-se da primeira noite que nos conhecemos? Eu pulei na frente do carro que você estava dirigindo. Estava escuro e tinha neblina. Você já estava no limite, o que ficou muito mais fácil para enganá-la. Eu gostei de te assustar. Foi a primeira noite que tive gosto para isso.”
“Eu deveria ter percebido que era você,” eu sussurrei. “Não existem tantas pessoas tão altas quanto você.”
“Você não está escutando. Eu posso fazer você ver qualquer coisa que eu queira. Você realmente acha que eu esqueceria um detalhe que me condenava como minha altura? Você viu o que eu quis que você visse. Você viu um homem indescritível em uma máscara de esqui preta.”
Fiquei sentada lá, sentindo uma pequena rachadura no meu terror. Eu não estava louca. Jules estava por trás de tudo isso. Ele pode criar jogos mentais porque seu pai era um anjo caído e ele herdou o poder. “Você não revistou meu quarto de verdade,” eu disse. “Você apenas fez com que eu pensasse que você o fez. É por isso que ele ainda estava em ordem quando a polícia chegou.”
Ele aplaudiu devagar e deliberadamente. “Você quer saber qual foi a melhor parte? Você poderia ter me bloqueado. Eu não poderia ter tocado sua mente sem sua permissão. Eu fui chegando e você nunca resistiu. Você foi fraca. Você foi fácil.”
Tudo isso fazia sentido e no lugar de sentir um breve momento de alívio, eu percebi o quão susceptível eu era. Eu fui despida. Não havia nada que impedisse Jules de me arrastar para seus jogos mentais, a menos que eu aprendesse a bloqueá-lo.
“Imagine-se em meu lugar,” Jules disse. “Seu corpo sendo violado ano após ano. Imagine um ódio muito forte que nada além de vingança pode curá-lo. Imagine despender grandes somas de energia e recursos para ficar de olho no seu objeto de vingança, esperando pacientemente pelo momento quando o destino lhe apresentou não apenas uma oportunidade, mas uma em que a balança está ao seu favor.” Seus olhos se prenderam aos meus. “Você é essa oportunidade. Se eu a ferir, eu vou ferir o Joseph.”
“Você está superestimando meu valor com o Joseph,” eu disse, com o suor frio descendo pela linha do meu cabelo.
“Eu estou de olho no Joseph há séculos. No último verão ele fez sua primeira viajem para sua casa, porém, acho que você não percebeu. Ele a seguiu quando você foi fazer compras algumas vezes. De vez em quando ele fez uma viagem especial, saindo do seu caminho habitual, para te encontrar. Então ele se matriculou na sua escola. Eu não pude evitar a não ser me perguntar: o que você tem de tão especial? Fiz um esforço para descobrir. Tenho te observado há algum tempo já.”
Nenhum temor se apoderou de mim. Nesse momento eu soube que nunca foi a presença do meu pai que eu sentia, seguindo-me como um guardião fantasma. Era o Jules. Eu sentia a mesma presença sobrenatural gelada agora, só que amplificada umas cem vezes.
“Eu não queria despertar suspeitas no Joseph para ele recuar,” ele continuou. “Foi quando o Elliot deu um passo a frente e não demorou muito para que ele me dissesse o que eu já tinha adivinhado. Joseph está apaixonado por você.”
Tudo se encaixou. Jules não estava doente na noite que ele desapareceu no banheiro masculino no Delphic. E ele não ficou doente na noite que fomos ao Borderline. Tudo isso pelo simples fato de que ele precisava se manter invisível para o Joseph. No momento que o Joseph o visse, tudo estaria acabado. Joseph saberia que Jules – Chauncey – estava tramando alguma coisa. Elliot era os olhos e ouvidos do Jules, levando as informações para ele.
“O plano é te matar na viagem para o acampamento, mas Elliot falhou ao te convencer a ir,” Jules disse. “Hoje mais cedo, eu te segui depois que você saiu do Blind Joe’s e atirei em você. Imagine minha surpresa quando eu descobri que matei uma mendiga vestida com seu casaco. Mas deu tudo certo.” Seu tom era relaxado. “Aqui estamos.”
Eu me mexi no assento e o bisturi escorregou mais para dentro do meu jeans. Se eu não fosse cuidadosa, ele escaparia do meu alcance. Se Jules me forçasse a ficar em pé, talvez ele deslizasse pelas minhas pernas. E aí seria o fim.
“Deixe-me adivinhar o que você está pensando,” Jules disse, ficando em pé e começou a passear na frente da sala. “Você está começando a desejar que você nunca tivesse conhecido o Joseph. Você deseja que ele nunca tivesse se apaixonado por você. Vá em frente. Ria da posição em que ele te colocou. Ria da sua própria escolha ruim.”
Ouvir o Jules falar sobre o amor de Joseph me encheu de esperança irracional.
Eu tirei o bisturi da calça e pulei da cadeira. “Não chegue perto de mim! Eu vou te esfaquear. Eu juro que vou!”
Jules fez um som gutural e arremessou seu braço para o balcão na frente da sala. Provetas de vidro se quebraram batendo contra o quadro negro, papéis caíam. Ele caminhou em minha direção. Em pânico, eu ergui o bisturi o mais forte que pude. O bisturi encontrou a palma de sua mão, cortando sua pele. Jules sibilou e recuou. Sem esperar, eu mergulhei o bisturi em sua coxa. Jules ficou pasmo com o metal que saía de sua perna. Ele arrancou-o usando as duas mãos, seu rosto se contorcia de dor. Ele abriu suas mãos e o bisturi caiu e fez barulho.
Ele deu um passo hesitante em minha direção. Eu gritei e me esquivei fugindo, mas meu quadril bateu na quina da mesa; eu perdi o equilíbrio e tombei. O bisturi estava a alguns metros de distância. Jules me virou de barriga para baixo e montou nas minhas costas. Ele pressionou meu rosto no chão, batendo meu nariz e abafando meus gritos.
“Boa tentativa,” ele grunhiu. “Mas isso não vai me matar. Eu sou um Nephilim. Eu sou imortal.”
Eu tentei agarrar o bisturi, cavando meus dedos no chão para me esticar naqueles últimos centímetros vitais. Meus dedos se atrapalharam. Eu estava tão perto e então o Jules me puxou de volta. Eu ergui meu calcanhar com muita força entre suas pernas; ele urrou e caiu de lado. Eu fiquei em pé meio cambaleando, mas Jules tinha rolado para a porta ficando ajoelhado entre mim e ela. Seu cabelo caía em seus olhos. Gotas de suor escorriam em seu rosto. Sua boca estava torta, um lado curvado para cima pela dor. Cada músculo do meu corpo estava pronto para entrar em ação.
“Boa sorte ao tentar escapar,” ele disse com um sorriso cínico que pareceu necessitar de muito esforço. “Você vai ver o que eu quiser.” Então ele caiu no chão.


Boa noite pessoal. Estou tão satisfeita com minha internet, fizemos as pazes szsz kk
Bom falta 2 capítulos pra acabar, vou postar o penultimo amanhã ou hoje mais tarde se tiver alguns comentarios. Anyway, estou in love ainda com esse lay mas seilá kkk to meia tagarela porque acabei de tomar café e não sou acostumada a tomar então fico agitada e tudo mais kkkk beeijos e até o próximo <33

Respondendo aos comentários:
tori diva da praia ಌ : Muito obrigada por me aceitar e pelo seu comentário. Volte sempre. Beijos sz
Thais: Joseph corajoso é oque há ÇSLAÇSLAÇLS eu tambem imaginei esse beijo deles e foi tudo ÇALSLASÇLASÇLAÇSL postei, beeeijos <33

26 de jul. de 2013

Capítulo 28

“Quem era?” Joseph perguntou.
Meu corpo todo retinia. Levei um momento para responder.
"Miley arrombou a escola com o Elliot e o Jules. Eles querem que eu os encontre” Eu olhei para o Joseph. “Acho que ele vai machucá-la se eu não for.”
Ele dobrou seus braços, franzindo. “Elliot?”
“Semana passada na biblioteca eu encontrei um artigo que dizia que ele foi interrogado numa investigação de assassinato em sua antiga escola, Kinghorn Prep. Ele entrou no laboratório de informática e me viu lendo-o. Desde aquela noite, eu sinto uma vibe ruim dele. Uma vibe muito ruim. Eu acho até que ele arrombou o meu quarto para roubar o artigo.”
“Algo mais que eu deva saber?”
“A garota que foi assassinada era namorada do Elliot. Ela foi enforcada em uma árvore. Bem agora no telefone ele disse, ‘Se você não vier, tem uma árvore na área comum com o nome da Miley nela.’”
“Eu já vi o Elliot. Ele parece arrogante e um pouco agressivo, mas ele não me parece com um assassino.” Ele mergulhou sua mão em meu bolso dianteiro e extraiu as chaves do Jipe. “Eu dirigirei até lá e checarei as coisas. Não demoro.”
“Acho que deveríamos chamar a polícia.”
Ele balançou sua cabeça. “Vai mandar a Miley para o reformatório por destruição de propriedade e por invasão. Mais uma coisa. Jules. Quem é esse cara?”
“Amigo do Elliot. Ele estava na arcada na noite em que te vimos.”
Seu franzido aprofundou-se.
“Se houvesse outro cara, eu me lembraria.”
Ele abriu a porta e eu o segui para fora. Um zelador usando uma calça preta e uma camiseta vermelha-acastanhada do trabalho varria pipoca no saguão. Ele olhou duas vezes ao ver Joseph saindo do banheiro feminino. Eu o reconheci da escola. Brandt Christensen. Tínhamos aula de inglês juntos. Semestre passado eu tinha ajudado-o a escrever um artigo.
“Elliot está me esperando, não você,” eu disse ao Joseph. “Se eu não aparecer, sabe lá o que vai acontecer com a Miley. Esse é um risco que não vou tomar.”
“Se eu te deixar vir, você escutará as minhas instruções e vai segui-las cuidadosamente?”
“Sim.”
“Se eu te disser para pular?”
“Eu pulo.”
“Se eu te disser para ficar no carro?”
“Eu ficarei no carro.” Era quase tudo verdade. No estacionamento do cinema, Joseph apontou sua chave de segurança para o Jipe, e os faróis piscaram. De repente ele parou abruptamente e xingou baixinho.
“Qual o problema?” eu disse.
“Pneus.” Eu deixei meu olhar cair e, certamente, ambos os pneus no lado do motorista estavam murchos.
“Não acredito!” eu disse. “Eu passei por cima de dois pregos?”
Joseph se agachou no pneu dianteiro, correndo sua mão pela circunferência. “Chave de fenda. Esse foi um ataque intencional.” Por um momento eu pensei que talvez esse fosse outro truque mental. Talvez Joseph tivesse suas razões para não querer que eu fosse para a escola. Seus sentimentos por Miley não eram secretos, afinal. Mas algo estava faltando.
Eu não conseguia sentir o Joseph em lugar algum dentro da minha cabeça. Se ele estava alterando os meus pensamentos, ele tinha encontrado uma maneira nova de fazê-lo, porque pelo que eu sei, o que eu estava vendo era real.
“Quem faria isso?”
Ele ficou totalmente de pé. “A lista é longa.”
“Está tentando me dizer que tem um monte de inimigos?”
“Eu chateei algumas pessoas. Um monte de gente faz apostas que não podem vencer. Então eles me culpam por sair com seus carros, ou mais.”
Joseph deu um passo até um coupé, abriu a porta do lado do motorista, e sentou atrás do volante. Esticando-se sob ele, sua mão desapareceu.
“O que está fazendo?” eu perguntei, ficando de pé na porta aberta. Era um desperdício de oxigênio já que eu estava bem ciente do que ele estava fazendo.
“Procurando pela chave reserva.” A mão do Joseph reapareceu, segurando dois fios azuis. Com alguma habilidade, ele removeu as pontas dos fios e os uniu. O motor ligou, e olhou para mim. “Cinto de segurança.”
“Não vou roubar um carro.”
Ele deu de ombros. “Nós precisamos dele agora. Eles não.”
“É roubo. É errado.” Joseph não parecia nem um pouquinho incomodado. De fato, ele parecia um tanto relaxado demais no assento do motorista. Essa não é a primeira vez que ele faz isso, eu pensei.
“Primeira regra do roubo de carros,” ele disse sorrindo. “Tente não ficar na cena do crime mais que o necessário.”
“Espere um minuto,” eu disse, levantando um dedo. Eu corri de volta para o cinema. No caminho para dentro, as portas de vidro refletiram o estacionamento atrás de mim, e eu vi Joseph sair do coupé.
“Oi, Brandt,” eu disse para o garoto ainda empurrando pipoca para uma pá de lixo com cabo alto. Brandt olhou para mim, mas sua atenção foi rapidamente atraída para cima do meu ombro. Eu escutei as portas do cinema se abrirem e senti Joseph se mover para trás de mim. Sua chegada não fora tão diferente de uma nuvem eclipsando o sol, repentinamente obscurecendo a paisagem, dedurando uma tempestade.
“Como vai?” Brandt disse duvidosamente.
“Estou tendo problemas com o carro,” eu disse, mordendo meu lábio e testando uma cara simpática. “Sei que estou te colocando numa posição delicada, mas já que eu te ajudei com aquele artigo sobre Shakespeare semestre passado...”
“Você quer emprestado o meu carro.”
“Na verdade... sim.”
“É uma porcaria. Não é nenhum Jipe Commander.” Ele olhou diretamente para Joseph como se estivesse se desculpando.
“Corre?” eu perguntei.
“Se por correr você quer saber se as rodas giram, é, corre. Mas não está disponível para empréstimo.”
Joseph abriu sua carteira e deu-lhe o que parecia ser três notas novinhas de cem dólares. Controlando a minha surpresa, eu decidi que a melhor coisa a se fazer era continuar nessa brincadeira.
“Eu mudei de ideia,” Brandt disse, os olhos arregalados, embolsando o dinheiro. Ele pescou em seus bolsos e entregou clandestinamente a Joseph um par de chaves.
“Qual a marca e cor?” Joseph perguntou, pegando as chaves.
“Difícil dizer. Parte Volkswagen, parte Chevette. Costumava ser azul. Isso foi antes de ser corroído para laranja. Enche o tanque antes de devolvê-lo?” Brandt disse, soando como se tivesse seus dedos cruzados em suas costas, forçando sua sorte.
Joseph descartou outros vinte. “Só em caso de esquecermos,” ele disse, enfiando-o no bolso dianteiro do uniforme de Brandt.
Do lado de fora, eu disse ao Joseph “Eu podia tê-lo convencido a me dar suas chaves. Eu só precisava de um pouco mais de tempo. E, a propósito, por que você limpa mesas no Borderline se é rico?”
“Não sou. Eu ganhei o dinheiro em um jogo de sinuca há algumas noites." Ele empurrou a chave de Brandt na fechadura e abriu a porta do lado do passageiro para mim. “O banco está oficialmente fechado.”
Joseph dirigiu pela cidade em ruas escuras e silenciosas. Não levou muito tempo para chegar na escola. Ele parou o carro de Brandt no lado leste do prédio e desligou o motor. O campus era coberto de florestas, os galhos eram retorcidos e sombrios e não seguravam nada além de uma bruma úmida. Atrás deles pairava a escola Coldwater. A parte original do prédio fora construída no fim do século dezenove, e após o pôr-do-sol parecia muito com uma catedral. Cinza e agourenta. Muito escura. Muito abandonada.
“Eu acabei de ter um mau pressentimento,” eu disse, olhando os vazios pretos que a escola tinha de janela.
“Fique no carro e fora de vista,” Joseph me disse, me passando as chaves. “Se alguém sair do prédio, se mande.” Ele saiu. Ele estava usando uma camiseta preta justa de gola redonda, calça Levi escura, e botas. Com seu cabelo preto e pele escura, era difícil distingui-lo dos fundos. Ele cruzou a rua e, em questão de instantes, se uniu completamente à noite.

Capitulo 27

Era domingo a noite antes de começar o feriado da primavera e o cinema estava lotado. Eu fui para a fila comprar ingressos, olhando continuamente em volta a procura de sinais de que eu estava sendo seguida. Até agora, nada alarmante e a multidão de corpos me dava uma boa cobertura. Eu disse a mim mesma que Joseph tomaria conta da Ashley e isso não era nada que eu devesse me preocupar, mas não faria mal ficar alerta.
Claro, que bem lá no fundo, eu sabia que a Ashley não era minha maior preocupação. Cedo ou tarde o Joseph iria descobrir que eu não estava no Delphic. Baseada em experiências passadas eu não tinha nenhuma ilusão de que conseguiria esconder-me dele por muito tempo. Ele me encontraria. E então eu seria forçada a confrontá-lo com a pergunta que eu temia. Mais especificamente, eu temia sua resposta. Porque havia uma sombra de dúvida no fundo da minha mente, sussurrando que aquela Joseph tinha falado a verdade sobre Joseph precisaria para ter um corpo humano. Eu dei um passo me aproximando da cabine de compra do ingresso. O filme das nove e meia estava começando.
“Um para O Sacrifício”, eu disse sem pensar. Imediatamente eu achei o título estranhamente irônico. Sem querer refletir mais sobre isso, eu pesquei no meu bolso um punhado de notas pequenas e algumas moedas e passei debaixo da janela, rezando para que fosse o suficiente.
“Afe,” a moça disse, olhando para as moedas girando debaixo da janela. Eu a reconheci da escola. Ela era do último ano e eu tinha quase certeza que seu nome era Kaylie ou Kylie. “Muito obrigada,” ela disse. “Como se não tivesse uma fila ou nada assim.”
Todo mundo atrás de mim murmurou um palavrão coletivo.
“Eu limpei meu cofrinho,” eu disse quase sarcástica.
“Não brinca? Está tudo aqui?” ela perguntou, dando um suspiro alto e pegando as moedas e separando em grupos de vinte cinco, dez, cinco e um centavo.
“Com certeza.”
“Que seja. Não ganho o suficiente para isso.” Ela jogou o dinheiro na gaveta do caixa e passou meu ingresso debaixo da janela. “Existe uma coisa que se chama cartão de crédito…”
Eu agarrei o ingresso. “Por acaso você viu a Milet Cyrus por aqui hoje?”
“Bee quem?”
“Milet Cyrus. Ela é do segundo ano. Ela está com o Elliot Saunders.”
Os olhos da Kaylie ou Kylie estavam arregalados. “Parece uma noite tranquila? Parece que eu estou apenas sentada aqui memorizando todos os rostos que passam?”
“Esqueça,” eu disse baixinho, indo em direção das portas que me levariam para dentro do cinema.
O cinema Coldeater tinha duas salas, uma de cada lado no corredor de entrada por detrás daquelas portas. Assim que o cara que verificava o ingresso rasgou o meu, eu fui em direção à porta da sala número dois e entrei na escuridão. O filme já tinha começado.
A sala estava quase cheia, exceto por alguns assentos isolados. Andei pelo corredor procurando a Miley. No final do corredor eu me virei e atravessei a parte da frente do cinema. Era difícil distinguir os rostos na escuridão, mas eu tinha quase certeza que ela não estava aqui. Eu saí da sala e fui em direção à outra porta. Não estava tão cheio como o outro. Eu fiz outra caminhada procurando, mas novamente, eu não vi a Miley. Sentei numa poltrona perto dos fundos, tentei colocar minha mente em ordem. Toda essa noite parecia um conto de fadas obscuro que eu entrei e não conseguia achar o caminho de volta. Um conto de fadas com anjos caídos, humanos híbridos e sacrifícios com morte. Eu passei meu dedo em cima da minha marca de nascença. Eu não queria pensar, especialmente, na possibilidade de eu ser uma descendente de um Nephilim.
Eu peguei o celular de emergência e chequei se tinha chamadas perdidas.
Nenhuma.
Eu estava colocando o celular no meu bolso quando um pacote de pipoca se materializou ao meu lado.
“Faminta?” a voz que perguntou vinha de cima do meu ombro. A voz estava seca, não especificamente feliz. Eu tentei manter minha respiração calma. “Fique em pé e saia da sala,” Joseph disse. “Estarei bem atrás de você.”
Eu não me mexi.
“Saia da sala,” ele repetiu. “Nós precisamos conversar.”
“Que tal sobre você precisar me sacrificar para conseguir um corpo humano?” eu perguntei, meu tom foi leve, mas por dentro meus sentimentos eram pesados.
“Isso seria bonitinho se você achasse que é verdade.”
“Eu não acho que é verdade!” Mais ou menos. Mas o mesmo pensamento continuava voltando – se o Joseph quisesse me matar, por que ele ainda não matou?
“Shh,” falou um cara perto de mim.
Joseph disse, “Vá para fora ou vou te carregar.”
Eu me virei. “Como é?”
“Shh!” o cara ao meu lado fez novamente.
“O culpe,” eu disse para o cara e apontei para o Joseph.
O cara esticou o pescoço para trás. “Escuta,” ele disse, me olhando novamente. “Se você não se acalmar eu vou chamar os seguranças.”
“Ótimo, vá buscar os seguranças. E diga para eles tirarem ele daqui,” eu disse, novamente sinalizando para o Joseph. “Diga para eles que ele quer me matar.”
“Eu quero te matar,” a namorada do cara disse, inclinando sobre ele para me ver.
“Quem quer te matar?” o cara perguntou. Ele ainda estava olhando por sobre seu ombro, mas sua expressão era confusa.
“Não tem ninguém ali,” a namorada me disse.
“Você está fazendo com que eles achem que não podem te ver, não está?” eu disse para o Joseph, admirada pelo seu poder, mesmo desprezando seu uso.
Joseph sorriu, mas os cantos estavam mais apertados.
“Oh, merda!” a namorada disse, jogando suas mãos para o alto. Ela rolou seus olhos furiosamente para seu namorado e disse, “Faça alguma coisa!”
“Eu preciso que você pare de falar,” o cara me disse. Ele fez um gesto para a tela. “Assista ao filme. Aqui... fique com meu refrigerante.”
Fui para o corredor. Senti Joseph se movendo ao meu lado, perturbadoramente próximo, mas sem me tocar. Ele continuou desse jeito até que saímos do cinema.
Do outro lado da porta, Joseph segurou meu braço me guiou através do hall até o banheiro feminino.
“O que você tem com banheiros femininos?” Eu disse.
Ele me conduziu pela porta, trancando-a e recostou-se contra ela.
Seus olhos estavam em cada centímetro meu. E eles me davam sinais de que queriam me chacoalhar até a morte.
Eu estava encostada no balcão, minhas palmas agarradas à borda. “Você está bravo porque eu não fui para o Delphic.” Eu levantei um ombro trêmulo. “Joseph, por que o Delphic? É domingo à noite. O Delphic vai fechar em breve. Alguma razão especial para você querer que eu dirigisse para um parque de diversões escuro e quase abandonado?”
Ele andou até mim até que ele ficou tão próximo que eu podia ver seus olhos negros por debaixo do seu boné.
“Ashley me disse que você tem que sacrificar um corpo humano,” eu disse.
Joseph ficou quieto por um momento. “E você acha que eu vou fazer isso?”
Eu engoli. “Então isso é verdade?”
Nossos olhos se encontraram. “Teria que ser um sacrifício intencional. Simplesmente te matar não resolveria.”
“Você é a única pessoa que pode fazer isso comigo?”
“Não, mas sou provavelmente a única pessoa que sabe do resultado final e a única pessoa que tentaria isso. Esta é a razão de eu ter vindo para a escola. Eu tinha que chegar perto de você. Eu precisava de você. Essa é a razão pela qual entrei em sua vida.”
“Ashley me disse que você caiu por causa de uma garota.” Eu me odiava por experimentar as dores do ciúme irracional. Isso não era para ser sobre mim. Isso era para ser um interrogatório. “O que aconteceu?”
Eu queria desesperadamente que o Joseph me desse alguma pista de seus pensamentos, mas seus olhos eram escuros e gelados, as emoções estavam trancadas longe da superfície.
“Ela envelheceu e morreu.”
“Isso deve ter sido difícil para você,” eu disse.
Ele esperou um pouco antes de responder. Seu tom era tão baixo, que eu estremeci. “Você quer que eu jogue limpo, eu vou jogar. Vou te contar tudo. Quem eu sou e o que eu fiz. Cada detalhe. Vou trazer tudo à tona, mas você tem que pedir. Você tem que querer isso. Você pode ver quem eu fui, ou você pode ver quem eu sou agora. Eu não sou bom.” Ele me disse, com seus olhos que absorviam toda a luz, mas não refletia nada, “mas eu fui pior.”
Eu ignorei o aperto no estômago e disse, “Conte-me.”
“A primeira vez que a vi, eu ainda era um anjo. Foi um instante de desejo possessivo. Me deixou louco. Eu não sabia nada sobre ela, exceto que eu faria qualquer coisa para ficar perto dela. Eu a observei por um tempo, então eu pensava que se eu descesse para a Terra e possuísse um corpo humano, eu seria expulso do céu e me transformaria em humano. O detalhe é que eu não sabia sobre o Cheshvan. Eu desci em uma noite de agosto, mas eu não pude possuir o corpo. Na minha volta para o Paraíso, uma série de anjos vingadores me
pararam e arrancaram minhas asas. Eles me atiraram pelo céu. Imediatamente eu soube que havia alguma coisa errada. Quando eu olhei para os humanos, tudo o que eu podia sentir foi um desejo insaciável de estar dentro dos seus corpos. Todos os meus poderes foram retirados e eu era essa coisa fraca e patética. Eu não era humano. Eu tinha caído. Eu percebi que tinha desistido de tudo, num piscar de olhos. Todo esse tempo eu me odiei por isso. Eu achava que tinha desistido por nada.” Seus olhos focaram em mim singularmente, fazendo com que eu me sentisse transparente. “Mas se eu não tivesse caído, eu não teria te conhecido.”
Minhas emoções conflitantes pesaram tão forte dentro do meu peito, que achei que elas iriam me sufocar. Segurando as lágrimas, eu continuei. “Ashley disse que minha marca de nascença está relacionada com o Chauncey. Isso é verdade?”
“Você quer que eu responda isso?”
Eu não sabia o que queria. Todo meu mundo parecia uma piada e eu era a última a ficar sabendo. Eu não era Demetria Lovato, uma garota mediana. Eu era descendente de alguém que nem era humano. E meu coração estava se desfazendo em pedaços por outro que não era humano. Um anjo negro. “Qual lado da minha família?” eu disse afinal.
“Do seu pai.”
“Onde está o Chauncey agora?” Mesmo sabendo que estávamos relacionados, eu gostava da ideia de ele estar bem longe. Muito longe. Tão longe que o que nosso laço não pareça real.
“Eu não vou te matar Demi. Eu não mato pessoas que são importantes para mim. E você está no topo da lista.”
Meu coração deu uma batida nervosa. Minhas mãos estavam em sua barriga, que eram tão firmes que nem mesmo sua pele cedia. Eu estava mantendo uma distância segura entre nós, já que nem mesmo uma cerca elétrica me faria sentir segura com relação a ele.
“Você está invadindo meu espaço privado,” eu disse, afastando um pouco.
Joseph me deu um quase sorriso. “Invadindo? Isso não é um teste de atitude da escola, Demi.”
Eu coloquei alguns fios de cabelos atrás da orelha e dei um passo considerável para o lado, encostando na borda da pia. “Você está me cercando. Eu preciso de... espaço.”
O que eu precisava era de limites. Eu precisava de força de vontade. Eu precisava ser enjaulada, já que, mais uma vez, eu estava provando que não era confiável na presença do Joseph. Eu deveria estar indo em direção à porta, mas mesmo assim... Eu não estava. Eu tentei me convencer que eu ainda estava aqui porque eu precisava de respostas, mas isso era apenas uma parte da verdade. Havia outra parte que eu não queria pensar nela. A parte emocional. A parte que era inútil lutar.
“Você está escondendo mais alguma coisa de mim?” eu quis saber.
“Estou escondendo várias coisas de você.”
Senti um frio na barriga. “Como o que?”
“Por exemplo, como eu me sinto estando trancado aqui com você.” Joseph ergueu o braço e apoiou a mão no espelho atrás de mim, colocando o peso do seu corpo em mim. “Você não tem ideia do que faz comigo.”
Eu chacoalhei a cabeça. “Eu acho que não. Isso não é uma boa ideia. Isso não é certo.”
“Existem vários tipos de coisas certas,” ele murmurou. “No espectro, ainda estamos em uma zona segura.”
Eu sabia que a metade do meu cérebro responsável pela auto preservação estava gritando, Corra por sua vida!. Infelizmente, o sangue subiu até minhas orelhas e eu não estava ouvindo direito. Obviamente, eu também não estava pensando direito.
“Definitivamente certo. Normalmente certo,” Joseph continuou. “Quase sempre certo. Talvez seja certo.”
“Talvez não agora.” Eu respirei um pouco. Pelo canto do olho eu vi um alarme de incêndio na parede. Estava a dez ou quinze passos de distância. Se eu fosse rápida, eu podia atravessar o banheiro e apertar o botão antes do Joseph me impedir. A segurança viria correndo. Eu estaria salva. E era isso que eu queria… não era?
“Não é uma boa ideia,” Joseph disse com um balanço suave de cabeça.
De qualquer maneira eu corri para o alarme de incêndio. Meus dedos agarraram a alavanca e eu a puxei para baixo. Só que a alavanca não se moveu. Por mais forte que eu tentasse, eu não conseguia a fazer se mover. Então eu reconheci a presença familiar do Joseph na minha cabeça e eu soube que era um jogo mental.
Virei para encará-lo. “Saia da minha cabeça.” Eu o ataquei dando um empurrão forte em seu peito.
“Para que isso?” ele perguntou.
“Por causa dessa noite.” Por me deixar louca por ele quando eu sabia que era errado. Ele era o pior tipo de errado. Ele era tão errado que parecia certo e isso me fazia sentir completamente fora de controle. Eu poderia ter tentado bater em seu queixo se ele não tivesse me pegado pelos ombros e me encostado contra a parede. Não havia quase nenhum
espaço entre nós, apenas uma fina camada de ar, mas o Joseph conseguiu eliminá-la.
“Vamos ser honestos Demi. Você está apaixonada por mim.” Seus olhos eram profundos. “E eu estou apaixonado por você.” Ele se inclinou em mim e colocou sua boca na minha. Na verdade muita coisa dele estava em mim. Nós tocamos várias partes estratégicas da parte debaixo dos nossos corpos e isso acabou com a minha força de vontade.
Eu me afastei. “Eu não terminei. O que aconteceu com a Ashley?”
“Todos os cuidados foram tomados.”
“O que exatamente isso quer dizer?”
“Ela não iria manter suas asas depois de conspirar para te matar. No momento que ela tentasse voltar para o Paraíso, os anjos vingadores arrancariam suas asas. Ela teria isso mais cedo ou mais tarde. Eu apenas apressei as coisas.”
“Então você... as arrancou?”
“Elas estavam deteriorando; as penas estavam quebradas e finas. Se ela ficasse mais tempo na Terra, isso seria um sinal para todos os outros anjos caídos que a vissem, que ela tinha caído. Se eu não fizesse isso, um deles faria.”
Eu evitei outro de seus avanços. “Ela vai fazer outra aparição não desejada na minha vida?”
“Difícil dizer.”
Rápido como um relâmpago, Joseph pegou a barra da minha blusa. Ele me puxou em sua direção. Seus dedos roçaram na pele perto do meu umbigo. Calor e frio me atingiram simultaneamente. “Você daria conta dela, Anjo,” ele disse. “Já vi vocês duas em ação, e minha aposta é em você. Você não precisa de mim para isso.”
“Para o que eu preciso de você?”
Ele riu. Não abruptamente, mas com certo desejo. Seus olhos tinham perdido aquele frio e ficaram focados totalmente em mim. Seu sorriso era sedutor... Mas suave. Alguma coisa atrás do meu umbigo dançou e então, se enrolou mais para baixo.
“A porta está trancada,” ele disse. “E nós temos negócios interminados.”
Meu corpo parecia ter varrido a parte lógica do meu cérebro. Sufocado, na verdade. Eu deslizei minhas mãos para cima no peito dele e passei meus braços ao redor do seu pescoço. Joseph ergueu meus quadris e eu enrosquei as pernas na sua cintura. Meu pulso disparou, mas eu não me importei nem um pouco. Eu esmaguei minha boca contra a sua, absorvendo o êxtase da sua boca na minha, suas mãos em mim, o sentimento a beira de romper a minha pele...
O celular no meu bolso tocou. Eu me afastei do Joseph, respirando forte e o telefone tocou uma segunda vez.
“Caixa postal,” o Joseph disse.
Nas profundezas da minha consciência, eu sabia que atender meu telefone era importante. Eu não conseguia me lembrar do por que; ter beijado Joseph fez com que cada preocupação evaporasse. Eu me desembaracei dele, virando-me para que ele não visse o que dez segundos de beijo dele tinham feito comigo. Internamente eu estava gritando de prazer.
“Alô?” eu respondi, resistindo ao impulso de limpar minha boca manchada de gloss.
“Querida!”  Miley disse. A conexão estava ruim, a estática cortava sua voz. “Onde você está?”
“Onde você está? Você ainda está com o Elliot e o Jules?” Eu coloquei minha mão na outra orelha para ouvir melhor.
“Estamos na escola. Nós invadimos,” ela disse em uma voz que era desobediente a perfeição. “Nós queremos brincar de esconde-esconde, mas não temos pessoas suficientes para dois times. Então... você sabe de uma quarta pessoa que poderia vir brincar conosco?”
Uma voz incoerente murmurou ao fundo.
“Elliot quer que eu te diga que se você não vier ser seu parceiro... espera aí... o que?” Miley disse ao fundo. A voz do Elliot apareceu no telefone. “Demi? Venha brincar conosco. Caso contrário tem uma árvore na área comum com o nome da Miley nela.”
Puro gelo fluiu em mim.
“Alô?” eu disse rouca. “Elliot? Miley? Você está aí?”
Mas a conexão tinha caído.

Então hoje estou postando cedo u_u AÇSAÇSLÇALS
Minha internet está um milagre hoje k
Beijo de Jemi, awwn <33
Anyway, Continuem votando na enquete, pfvr pessoal.

Respondendo aos comentários:

- Biaadevonne • : Que bom que amou, sou apaixonada pela saga hush hush. Já votou na enquete? ausahsuh Beeijos <3

25 de jul. de 2013

Capítulo 26

acho ela super cute e sempre com cara de menininha AÇSLAÇSL
Após Joseph ter ido embora, eu coloquei a corrente na porta. Eu arrastei a cadeira pelo quarto e a coloquei sob a maçaneta da porta. Eu chequei para ter certeza que as trancas da janela estavam funcionando. Eu não sabia se as trancas funcionariam contra a Ashley – eu nem sabia se ela estava atrás de mim – mas eu imaginei que era melhor não arriscar. Após vagar pelo quarto por alguns minutos, eu tentei o telefone no criado-mudo. Ainda nada de sinal.
Minha mãe ia me matar.
Eu tinha saído escondido dela e ido até Portland. E como eu devia explicar toda a situação de ter feito check-in num motel com o Joseph? Eu teria sorte se ela não me botasse de castigo até o fim do ano. Não. Eu teria sorte se ela não saísse de seu emprego e se candidata-se a professora substituta até achar um trabalho em horário integral local. Nós teríamos que vender a casa da fazenda, e eu perderia a única conexão com o meu pai que me restava.
Aproximadamente quinze minutos mais tarde eu espiei pelo olho mágico.
Nada além de escuridão. Eu destranquei a porta, e bem quando estava prestes a dar um empurrão nela, luzes tremeluziram atrás de mim. Eu girei ao redor, meio esperando ver Ashley.  O quarto estava parado e vazio, mas a eletricidade tinha voltado.
A porta se abriu com um ruído alto e eu fui para o corredor. O carpete era vermelho-sangue, usado simplesmente no centro do corredor, e manchado com marcas escuros não-identificáveis. As paredes estavam pintadas de neutro, mas a pintura era porca e estava descascando.
Acima de mim, um sinal de verde néon soletrava o caminho para a saída. Eu segui a seta corredor abaixo e até a esquina. O Jipe parou no outro lado da porta traseira, e eu me lancei e pulei no lado do passageiro.
Nenhuma luz estava acesa quando Joseph parou na casa da fazenda. Eu experimentei um apertão de culpa no meu estômago e me perguntei se a minha mãe estava dirigindo por aí, me procurando. A chuva tinha parado, e a névoa se pressionava contra a lateral e pairava nos arbustos como um enfeite escandaloso de Natal. As árvores pontilhando a entrada estavam retorcidas e desfiguradas permanentemente pelos constantes ventos do norte. Todas as casas parecem não-convidativas com as luzes apagadas depois de escuro, mas a casa da fazenda com suas fendas pequenas fazendo de janelas, telhado curvado, varanda cavada, e arbustos selvagens parecia assombrada.
“Vou andar até lá,” Joseph disse, saindo.
“Você acha que a Ashley está dentro?”
Ele balançou sua cabeça. “Mas não custa checar.”
Eu esperei no Jipe, e alguns minutos mais tarde Joseph saiu da porta da frente, “Tudo limpo,” ele me disse. “Eu irei até a escola e voltarei aqui assim que varrer o escritório dela. Talvez ela tenha deixado algo útil para trás.” Ele não soava como se contasse com isso.
Eu retirei meu cinto de segurança e ordenei que minhas pernas me carregassem rapidamente pela caminhada. Enquanto eu virava a maçaneta, eu ouvi Joseph recuar pela entrada.
As tábuas da varanda rangeram sob meu pé e eu me senti muito sozinha de repente.
Deixando as luzes apagadas, eu me arrastei pela casa, cômodo por cômodo, começando pelo primeiro andar, então indo escada acima. Joseph já tinha liberado a casa, mas eu não achava que um par extra de olhos machucaria.
Depois de eu me certificar que ninguém estava se escondendo sob a mobília, atrás de cortinas do banheiro, ou em armários, eu coloquei uma calça Levi e um suéter preto de gola V. Eu encontrei o celular de emergência que minha mãe mantinha em um kit de primeiros socorros sob a pia do banheiro e liguei para seu celular.
Ela atendeu no primeiro toque. “Alô? Demi? É você? Onde você está? Eu estou morta de preocupação!”
Eu inspirei um longo fôlego, rezando para que as palavras certas saíssem de mim e me ajudassem a sair dessa.
“O negócio é que –”, eu começo em minha voz mais sincera e apologética.
“A Estrada Cascade inundou e eles a fecharam. Eu tive que voltar e conseguir um quarto no Milliken Mills – é onde estou agora. Eu tentei ligar para casa, mas aparentemente as linhas caíram. Eu tentei seu celular, mas você não atendeu.”
“Espera. Você esteve em Milliken Mills esse tempo todo?”
“Onde você achava que eu estava?”
Eu dei um suspiro inaudível de alívio e me abaixei na beira da banheira. “Eu não sabia,” eu disse. “Eu não conseguia entrar em contato com você, tampouco.”
“De que número está ligando?” minha mãe pergunta. “Não reconheço esse número.”
“O celular de emergência.”
“Onde está o seu celular?”
“Eu perdi.”
“O quê! Onde?”
Eu cheguei a uma conclusão instável de que uma mentira por omissão era a única maneira. Eu não queria alarmá-la. Eu também não queria ficar de castigo por uma quantidade interminável de tempo. “Na verdade eu meio que não o acho. Tenho certeza que ele aparecerá em algum lugar.” No corpo de uma mulher morta.
“Eu te ligo assim que eles abrirem as estradas,” ela disse.
A seguir eu liguei para o celular da Miley, Após cinco toques eu fui enviada ao correio de voz.
“Onde você está?” eu disse. “Ligue de volta para esse número o mais rápido possível.” Eu fechei o celular com força e o coloquei no meu bolso, tentando me convencer que a Miley estava bem. Mas eu sabia que era uma mentira. A ameaça invisível nos juntando estivera me alertando por horas agora que ela estava em perigo.
Na verdade, a sensação estava aumentando com cada minuto que passava.
Na cozinha eu vi meu vidro de pílulas de ferro na bancada, e eu imediatamente fui até elas, abrindo a tampa e engolindo duas com um copo de leite achocolatado. Eu fiquei parada um momento, deixando que o ferro entrasse no meu sistema, sentindo minha respiração aprofundar-se e diminuir a velocidade. Eu estava andando para devolver a caixa de leite para a geladeira quando eu a vi de pé na entrada entre a cozinha e a lavanderia.
Uma substância fria e gelada inundou meus pés, e eu percebi que tinha derrubado o leite. “Ashley?” eu disse.
Ela inclinou sua cabeça para um lado, mostrando uma surpresa mediana. “Sabe o meu nome?” Ela fez uma pausa. “Ah, Joseph .”
Eu recuei para a pia, colocando mais distância entre nós. Ashley não parecia como quando ela estava na escola como Senhorita Greene. Hoje à noite seu cabelo estava emaranhado, não macio, e seus lábios tinham uma fome mais brilhante e certeira refletidos nele. Seus olhos eram um borrão aguçado de preto circulando-os.
“O que quer?” eu perguntei.
Ela riu, e soou como cubos de gelo tilintando num copo. “Eu quero o Joseph .”
“O Joseph não está aqui.”
Ela assentiu. “Eu sei. Eu esperei na rua para que ele fosse embora antes de eu entrar. Mas não foi isso que eu quis dizer quando disse que queria o Joseph .”
O sangue martelando pelas minhas pernas circulou de volta até o meu coração com um efeito vertiginoso. Eu coloquei uma mão na bancada para me
firmar. “Eu sei que você estava me espionando durante as nossas sessões de aconselhamento.”
“Isso é tudo que sabe sobre mim?” ela perguntou, seus olhos procurando os meus.
Eu me lembrei da noite em que tive certeza que alguém tinha olhado pela janela do meu quarto. “Você esteve me espiando aqui também,” eu disse.
“Essa é a primeira vez eu estive na sua casa.” Ela arrastou um dedo pela beirada da ilha da cozinha e se empoleirou numa banqueta.
“Belo lugar.”
“Deixe-me refrescar sua memória,” eu disse, esperando soar corajosa. “Você olhou pela janela do meu quarto enquanto eu dormia.”
Seu sorriso curvou mais alto. “Não, mas eu te segui ao fazer compras. Eu ataquei sua amiga e plantei pequenas pistas em sua mente, fazendo-a pensar que Joseph   havia machucado. Não foi muito difícil. Ele não é exatamente inofensivo, para começar. Estava no meu melhor interesse fazê-la ficar o mais assustada dele possível.”
“Para que ficasse longe dele.”
“Mas você não ficou. Você ainda está no nosso caminho.”
“No seu caminho do quê?”
“Vamos, Demi. Se você sabe quem eu sou, então você sabe como isso funciona. Eu quero que ele consiga suas asas de volta. Ele não pertence na Terra. Ele pertence a mim. Ele cometeu um erro, e eu vou corrigi-lo.” Não havia absolutamente compromisso algum em sua voz. Ela saiu da banqueta e andou ao redor da ilha na minha direção.
Eu recuei pela beirada da bancada exterior, mantendo espaço entre nós.
Torturando meu cérebro, eu tentei pensar numa maneira de distraí-la. Ou escapar. Eu vivera na casa por dezesseis anos. Eu conhecia a planta baixa. Eu conhecia cada fenda secreta e os melhores esconderijos. Eu comandei que meu cérebro bolasse um plano: algo de improviso e brilhante. Minhas costas encontraram o aparador.
“Enquanto você estiver por aí, Joseph não retornará para mim,” Ashley disse.
“Eu acho que você está superestimando seus sentimentos por mim.” Parecia uma boa ideia subestimar o nosso relacionamento. A possessão de Ashley parecia ser a força principal forçando-a a agir.
Um sorriso incrédulo apareceu em seu rosto. “Você acha que ele tem esses sentimentos por você? Todo esse tempo você achou –” Ela cortou, rindo. “Ele não fica porque te ama. Ele quer te matar.”
Eu balancei minha cabeça. “Ele não vai me matar.”
O sorriso de Ashley endureceu nas pontas. “Se é isso em que acredita, você é apenas outra garota que ele seduziu para conseguir o que quer. Ele tem um talento pra isso,” ela acrescentou sagazmente. “Ele me seduziu para conseguir seu nome, afinal. Um toque suave do Joseph foi tudo que precisou. Eu caí em seu feitiço e disse a ele que a morte estava chegando para você.”
Eu sabia do que ela estava falando. Eu tinha testemunhado o momento exato ao qual ela se referia de dentro da memória de Joseph .
“E agora ele está fazendo a mesma coisa com você,” ela disse. “Traição dói, não é?”
Eu balancei minha cabeça lentamente. “Não –”
“Ele está planejando te usar como sacrifício!” ela irrompeu. “Vê está marcada?”
Ela estendeu seu dedo ao meu pulso. “Quer dizer que você é uma descendente feminina de um Nephil. E não apenas qualquer Nephil, mas Chauncey Langeais, o vassalo de Joseph .”
Eu olhei para a minha cicatriz, e por um instante de parar o coração, eu realmente acreditei nela. Mas eu sabia que ela não era de confiança.
“Há um livro sagrado, O Livro de Enoque,” ela disse. “Nele, um anjo caído mata seu vassalo Nephil ao sacrificar uma de suas descendentes femininas Nephil. Você não acha que Joseph quer te matar? Qual a coisa que ele mais quer? Uma vez que ele te sacrificar, ele se tornará humano. Ele terá tudo que quiser. E ele não voltará para casa comigo.”
Ela desembainhou uma faca enorme do bloco de madeira da bancada. “E é por isso que eu tenho que me livrar de você. Parece que, de um jeito ou outro, as minhas premonições estavam certas. A morte está vindo para você.”
“Joseph está voltando,” eu disse, minhas entranhas nauseando. “Você não quer falar sobre isso com ele?”
“Eu farei isso rápido,” ela continuou. “Eu sou um anjo da morte. Eu levo as almas até a pós-vida. Assim que eu terminar, eu levarei sua alma pelo véu. Você não tem nada a temer.”
Eu queria gritar, mas a minha voz ficou presa no fundo da minha garganta. Eu circulei o aparador, colocando a mesa da cozinha entre nós. “Se você é um anjo, onde estão as suas asas?”
“Nada mais de perguntas.” Sua voz tinha ficado impaciente, e ela começou a fechar a distância entre nós seriamente.
“Quanto tempo faz desde que deixou o céu?” eu perguntei, protelando. “Você está aqui embaixo há vários meses, certo? Você não acha que os outros anjos notaram que você sumiu?”
“Nem mais outro passo,” ela retrucou, levantando a faca, dispersando a luz da lâmina.
“Você está se encrencando muito por causa do Joseph” eu disse, minha voz não tão desprovida de pânico quanto eu queria. “Fico surpresa que você não se ressinta dele por te usar quando satisfaz os propósitos dele. Fico surpresa por você querer que ele consiga as asas de volta afinal. Depois do que ele fez com você, você não está feliz por ele ter sido banido para cá?”
“Ele me deixou por uma humana sem valor!” ela cuspiu, seus olhos um azul feroz.
“Ele não te deixou. Não mesmo. Ele caiu –”
“Ele caiu porque queria ser humano, como ela! Ele me tinha – ele me tinha!” Ela deu uma risada zombeteira, mas não mascarou a raiva ou a mágoa.
“Primeiramente eu fiquei magoada e brava, e eu fiz tudo em meu poder para esquecê-lo. Então, quando os arcanjos descobriram que ele está tentando seriamente se tornar humano, eles me mandaram aqui para fazê-lo mudar de ideia. Eu disse a mim mesma que eu não ia me apaixonar por ele de novo, mas que bem isso fez?”
“Ashley...,” eu comecei suavemente.
“Ele nem ligava que a garota fosse feita da poeira da terra! Você – todos vocês – são egoístas e desmazelados! Seus corpos são selvagens e indisciplinados. Em um momento vocês estão no pico da alegria, no seguinte estão a beira do desespero. É deplorável! Nenhum anjo sonhará com isso!” Ela lançou seu braço em um arco selvagem pelo seu rosto, enxugando lágrimas. “Olhe pra mim! Eu mal consigo me controlar! Eu estive aqui embaixo tempo demais, submersa em sujeira humana!”
Eu me virei e corri da cozinha, derrubando uma cadeira e deixando-a para trás de mim no caminho da Ashley. Eu corri pelo corredor, sabendo que estava me prendendo. A casa tinha duas saídas: a porta da frente, que Ashley poderia alcançar antes de mim ao cortar caminho pela sala de estar, e a porta de trás depois da sala de jantar, que ela tinha bloqueado.
Eu fui empurrada duramente por trás, e eu me arremessei para frente. Eu derrapei pelo corredor, parando sobre meu estômago. Eu rolei. Ashley pairava a alguns metros acima de mim – no ar – sua pele e cabelo incandescentes em um branco cegante, a faca apontada para mim.
Eu não pensei. Eu dei um chute para cima com toda a minha força. Eu arqueei com o chute, abraçando minha perna que não tinha chutado, e mirei no braço dela. A faca foi nocauteada de sua mão. Enquanto ficava de pé, Ashley apontou para o abajur numa mesinha de entrada, e com arremesso abrupto de
seu dedo, mandou-o voando até mim. Eu rolei, sentindo cacos de vidro deslizaram sob mim enquanto o abajur espatifava no chão.
“Mova-se!” Ashley comandou, e o banco da entrada deslizou para barrar a porta dianteira, bloqueando a minha saída.
Me arrastando para frente, eu fui para a escada indo de dois em dois, usando o corrimão para me propelir para frente. Eu escutei Ashley rir atrás de mim, e no instante seguinte o corrimão quebrou, caindo no corredor abaixo. Eu joguei meu peso para trás para me impedir de cair sobre a beirada desprotegida. Recuperando meu equilíbrio, eu corri até o final da escada. No topo eu me arremessei para o quarto da minha mãe e bati as portas de batente.
Correndo para uma das janelas flanqueando a lareira, eu olhei para baixo por dois andares até o chão. Havia três arbustos em uma cama de pedras diretamente abaixo, toda a folhagem desaparecera já que era outono. Eu não sabia se eu sobreviveria ao pulo.
“Abra!” Ashley ordenou do outro lado das portas de batente. Uma fenda rasgou a madeira enquanto a porta deformava-se contra a fechadura. Eu estava sem tempo.
Eu corri até a lareira e mergulhei sob a abóbada. Eu tinha acabado de puxar os meus pés, abraçando-os contra o interior do cano, quando as portas se abriram, batendo contra a parede. Eu escutei Ashley marchar até a janela.
“Demi!” ela chamou em sua voz delicada e arrepiante. “Sei que você está perto! Eu te sinto. Você não pode correr e não pode se esconder – eu queimarei essa casa cômodo por cômodo se é isso que custa para te achar! E então eu queimarei o caminho pelos campos atrás. Não vou te deixar viva!”
Um brilho de luz dourada clara chiou do lado de fora da lareira, junto com o sopro barulhento de fogo inflamando. As chamas mandaram sombras dançantes no buraco abaixo. Eu escutei o estalo e o crepitar de fogo consumindo combustível – mais provável a mobília ou os assoalhos de madeira.
Eu permaneci apertada no cano. Meu coração martelou, suor pingando da minha pele. Eu respirei diversas vezes, exalando lentamente para aguentar a queimação nos meus músculos das pernas firmemente contraídos. Joseph tinha dito que ele ia para escola. Quanto faltava para ele voltar?
Não sabendo se a Ashley ainda estava no quarto, mas temendo que se eu não fosse embora agora o fogo fosse me prender aqui dentro, eu abaixei uma perna no buraco, então a outra. Eu saí de debaixo da abóboda.Ashley não está à vista, mas as chamas estavam lambendo as paredes, a fumaça sufocando todo o ar do quarto.
Eu me apressei corredor abaixo, não ousando descer, achando que Ashley esperaria que eu tentasse escapar por uma das portas. No meu quarto eu abri a janela. A árvore do lado de fora era perto e vigorosa o bastante para escalar. Talvez eu conseguisse despistar Ashley na névoa atrás da casa. Os vizinhos mais próximos estavam a pouco menos de um quilômetro e meio de distância, e correndo arduamente, eu poderia estar lá em sete minutos. Eu estava prestes a passar minha perna pela janela quando um crepitar soou corredor abaixo.
Fechando-me silenciosamente dentro do armário, eu disquei para 192.
“Há alguém na minha casa tentando me matar,” eu sussurrei para o operador. Eu tinha acabado de dar o meu endereço quando a porta para o meu quarto se abriu. Eu fiquei perfeitamente imóvel.
Pelas ripas na porta do armário, eu observei uma figura indistinta entrar no quarto. A luz estava fraca, meu ângulo errado, e eu não conseguia ver um único detalhe diferenciador. A figura abriu as persianas da janela, espiando. Ela tocou as meias e as roupas íntimas na minha gaveta aberta. Ela pegou o pente prata na minha escrivaninha, estudou-o, então o devolveu.
Quando a figura virou na direção do armário, eu sabia que estava encrencada.
Deslizando minha mão para o chão, eu tateei procurando por algo que eu poderia usar em minha defesa. Meu cotovelo bateu numa pilha de caixas de sapato, fazendo-as tombarem. Eu balbuciei uma maldição. Os passos andaram para mais perto.
As portas do armário abriram, e eu atirei um sapato. Eu agarrei outro e o joguei.
Joseph xingou baixinho, arrancou um terceiro sapato das minhas mãos, e o jogou para trás dele. Me arrancando com força do armário, ele me colocou de pé. Antes que eu conseguisse registrar o alívio por descobrir que ele, e não Ashley, estava na minha frente, ele me puxou contra si e entrelaçou seus braços ao meu redor.
“Você está bem?” ele murmurou no meu ouvido.
“Ashley está aqui,” eu disse, meus olhos enchendo de lágrimas. Meus joelhos tremeram, e o aperto de Joseph  ra a única coisa me mantendo de pé. “Ela está queimando a casa.”
Joseph me deu um conjunto de chaves e eu curvei meus dedos ao redor delas. “Meu Jipe está estacionado na rua. Entre, tranque as portas, dirija até Delphic, e espere por mim.” Ele inclinou meu queixo para encará-lo. Ele deu um beijo de leve nos meus lábios e mandou um relampejo de calor por mim.
“O que você vai fazer?” eu perguntei.
“Lidar com a Ashley.”
“Como?”
Ele deslizou um olhar para mim que dizia, Você realmente quer os detalhes?
O som de sirenes lamentou à distância.
Joseph olhou para a janela. “Você chamou a polícia?”
“Achei que você fosse a Ashley.”
Ele já estava saindo pela porta. “Eu irei atrás da Ashley. Dirija o Jipe até Delphic e espere por mim.”
“E quanto ao incêndio?”
“A polícia vai lidar com isso.”
Eu forcei meu aperto nas chaves. A parte de tomar decisões do meu cérebro estava dividida, correndo em direções opostas. Eu queria sair da casa e ficar longe da Ashley, e me encontrar com Joseph  mais tarde, mas havia um pensamento perturbante do qual eu não conseguia me livrar. Ashley dissera que Joseph precisava me sacrificar para se tornar humano.
Ela não tinha dito isso levianamente, ou para me irritar. Ou nem mesmo para me colocar contra ele. Suas palavras tinham saído frias e sérias. Sérias o bastante que ela tinha tentado me matar para impedir o Joseph e chegar até mim antes.
Eu encontrei o Jipe estacionado na rua, exatamente como Joseph dissera. Eu coloquei a chave na ignição e levei o Jipe por Hawthorne.
Me dando conta de que era inútil tentar o celular da Miley novamente, eu liguei para o número da casa dela ao invés.
“Oi, Sra. Cyrus,” eu disse, tentando soar como se nada estivesse fora do normal. “A Miley está aí?”
“Oi, Demi! Ela saiu há algumas horas. Algo sobre uma festa em Portland. Eu achei que ela estava com você.”
“Hm, nós nos separamos,” eu menti. “Ela disse para onde ia depois da festa?”
“Ela estava pensando em ver um filme. E ela não está atendendo seu celular, então eu assumo que ela o desligou por causa de uma exibição. Tudo está bem?”
Eu não queria assustá-la, mas ao mesmo tempo, eu não ia dizer que estava tudo bem. Nenhum pouquinho disso parecia bem para mim. Da última vez que eu falara com a Miley, ela estava com o Elliot. E agora ela não estava atendendo seu celular.
“Eu acho que não,” eu disse. “Eu vou dar uma volta e procurar por ela. Começarei pelo cinema. Você procura na alameda?”


Boa noite pessoal. Agora estou satisfeita com layout. Gostaram?
Adoro lay's assim simples <33
A enquete sobre a próxima fic está aberta, votem plis.
As férias estão acabando, scrr ):

Resposta ao comentário:
Thais. : É já ta acabando ): But, poderá ter uma continuação é só responder a enquete. Postei. Continue amando <3 aushauhs