VOANDO POR HAWTHORNE, EU PASSEI PELA MINHA casa, dei a
volta, cortei até Beech, e me dirigi de volta em direção ao centro de
Coldwater. Eu disquei o número da Miley através da agenda eletrônica.
“Algo aconteceu – eu – ele – a coisa – do nada – o Neon –”
“Está falhando. O quê?”
Eu limpei meu nariz com as costas da minha mão. Eu estava
tremendo até meus dedos do pé. “Ele surgiu do nada.”
“Quem?”
“Ele –” eu tentei prender meus pensamentos e canalizá-los em
palavras. “Ele pulou na frente do carro!”
“Ai, cara. Ai-cara-ai-cara-ai-cara. Você acertou
um veado? Você está bem? E o Bambi?” Ela meio choramingou, meio gemeu. “O
Neon?”
Eu abri minha boca, mas Miley me cortou.
“Esquece. Eu tenho seguro. Só me diga que não tem pedaços de
veado em todo o meu bebê... Nada de pedaços de veado, certo?”
Qualquer resposta que eu estive prestes a dar se dissipou no
plano de fundo. Minha mente estava dois passos na frente. Um veado. Talvez eu
conseguisse fazer o negócio todo parecer com uma batida em um veado. Eu queria
me confidenciar na Miley, mas eu não queria soar louca, tampouco. Como eu ia
explicar assistir ao cara que eu tinha atingido se levantar e começar a
arrancar a porta do carro? Eu estiquei meu colarinho para baixo do meu ombro.
Nenhuma marca vermelha onde ele tinha me agarrado, que eu conseguisse ver...
Eu me dei conta de mim mesma com assombro. Eu realmente
estava considerando negar o que tinha acontecido? Eu sabia o que eu
tinha visto. Não foi a minha imaginação.
“Santa bizarrice,” Miley disse. “Você não está respondendo.
O veado está preso nos faróis, não está? Você está dirigindo por aí com ele
travado na frente do carro como um trator para evacuar neve.”
“Posso dormir na sua casa?” Eu queria sair das ruas. Sair da
escuridão. Com uma inspiração súbita de ar, eu percebi que para ir para a casa
da Miley, eu teria que dirigir de volta pelo cruzamento onde eu tinha
atingido-o.
“Eu estou no meu quarto,” disse Miley. “Pode entrar. Te vejo
daqui a pouco.”
Com as minhas mãos apertadas no volante, eu empurrei o Neon
pela chuva, rezando para que o sinal em Hawthorne estivesse verde em meu favor.
Estava, e eu ladrilhei pelo cruzamento, mantendo meus olhos diretamente a
frente, mas ao mesmo tempo, roubando olhadelas para as sombras ao lado da
estrada. Não havia sinal do cara de máscara de esqui.
Dez minutos mais tarde eu estacionei o Neon na entrada da
Vee. O dano à porta era extensivo, e eu tive que colocar meu pé nela e chutar
para conseguir sair. Então eu corri para a porta da frente, escapuli para
dentro, e corri pela escada do porão.
Miley estava sentada de pernas cruzadas em sua cama, o
caderno apoiado em seus joelhos, os fones enfiados, o iPod ligado no máximo.
“Eu quero ver o dano hoje a noite, ou devo esperar até ter pelo menos tido sete
horas de sono?” ela disse por cima da música.
“Talvez a opção número dois.”
Miley fechou o caderno e tirou os fones. “Vamos acabar com
isso logo.”
Quando fomos para fora, eu encarei o Neon por um longo
tempo. Não era uma noite quente, mas o tempo não era a causa dos arrepios
ondulando nos meus braços. Nada de janela do lado do motorista quebrada. Nada
de amasso na porta.
“Algo não está certo,” eu disse. Mas Miley não estava
escutando. Ela estava ocupada inspecionando cada centímetro quadrado do Neon.
Eu dei um passo para frente e cutuquei a janela do lado do
motorista. Vidro sólido. Eu fechei meus olhos. Quando eu os reabri, a janela
ainda estava intacta.
Eu dei uma volta pela traseira do carro. Eu tinha quase
completado uma volta inteira quando eu parei de imediato.
Uma fina rachadura no para-brisa.
Miley a viu ao mesmo tempo. “Tem certeza de que não foi um
esquilo?”
Minha mente relampejou de volta para os olhos letais atrás
da máscara de esqui. Eles eram tão negros que eu não conseguia distinguir as
pupilas das íris. Negros como... os de Joe.
“Olhe para mim, estou chorando lágrimas de alegria,” Miley
disse, esparramando-se sobre o capô do Neon em um abraço. “Uma rachadura
minusculinha. Só isso!”
Eu fabriquei um sorriso, mas meu estômago azedou-se. Há
cinco minutos, a janela estava quebrada e a porta estava curvada. Olhando para
o carro agora, parecia impossível. Não, parecia loucura. Mas eu vi o
punho dele dar um soco no vidro, e eu senti as unhas dele mordiscarem
meu ombro.
Não tinha?
Quanto mais eu tentava relembrar da batida, mais eu não conseguia.
Pequenas manchas de informação perdida cruzavam minha memória. Os detalhes
estavam se dissipando. Ele era alto? Baixo? Magro? Grande? Ele tinha dito
alguma coisa?
Eu não conseguia me lembrar. Essa era a parte mais
assustadora.
Miley e eu deixamos sua cama as sete e quinze na manhã
seguinte e dirigimos até o Enzo’s Bistro para tomar de café da manhã leite
fervido. Com minhas mãos encaixadas ao redor da minha xícara de porcelana, eu
tentei aquecer o frio profundo dentro de mim. Eu tinha tomado banho, colocado
uma veste de baixo e um cardigã emprestados do armário da Miley, e posto um
pouco de maquiagem, mas eu mal lembrava de ter feito isso.
“Não olhe agora,” Miley disse. “mas o Sr. Suéter Verde fica
olhando para cá, estimando suas longas pernas pela sua calça jeans... Ah! Ele
acabou de me saudar. Não estou brincando. Uma saudaçãozinha militar de dois
dedos. Que adorável.”
Eu não estava escutando. O acidente da noite passada tinha
repassado inteiramente na minha cabeça a noite toda, perseguindo qualquer
chance de sono. Meus pensamentos estavam embaralhados, meus olhos estavam secos
e pesados, e eu não conseguia me concentrar.
“O Sr. Suéter Verde parece normal, mas o companheiro dele
parece um bad boy da pesada,” disse Miley. “Emite um certo sinal não-mexa-comigo.
Diz que ele não parece com a cria do Drácula. Diz que eu estou imaginando
coisas.”
Levantando meus olhos justamente o bastante para dar uma
olhada nele sem parecer que eu estava, eu absorvi seu rosto lindo de ossos
suaves. Cabelo loiro pairava em seus ombros. Olhos da cor de cromo. Barba por
fazer. Impecavelmente vestido em uma jaqueta impecável e calça jeans escura de
designer. Eu disse, “Você está imaginando coisas.”
“Você deixou passar os olhos inexpressivos? A linha capilar
em V? O porte alto e esbelto? Ele talvez até seja alto o bastante para mim.”
Miley tem quase 1,83 metros, mas ela tem uma quedinha por
saltos. Saltos altos. Ela também tem uma regra sobre não namorar caras baixos.
“Está bem, qual o problema?” Miley perguntou. “Você ficou toda
incomunicável. Isso não é por causa da rachadura no para-brisa, é? E daí que
você atingiu um animal? Podia acontecer a qualquer um. Claro, as chances seriam
muito menores se a sua mãe se mudasse do mato.”
Eu ia contar a Miley a verdade sobre o que tinha acontecido.
Em breve. Eu só precisava de um pouco de tempo para ordenar os detalhes. O
problema era que eu não via como eu poderia. Os únicos detalhes sobrando eram
assustadores, na melhor das hipóteses. Era como se uma borracha tivesse apagado
a minha memória. Pensando de volta, eu me lembrava da chuva pesada caindo como
cascata nas janelas do Neon, fazendo com que tudo ficasse borrado. Eu teria de
fato atingido um veado?
“Hmm, dá uma olhada nisso,” disse Miley. “O Sr. Suéter Verde
está saindo do seu assento. Agora, esse é um corpo que frequenta a academia
regularmente. Ele definitivamente está caminhando na nossa direção, seus olhos
procurando a propriedade, a sua propriedade, isso é.”
Uma meia batida mais tarde, fomos cumprimentadas por um
baixo e agradável, “Olá.”
Miley e eu olhamos para cima ao mesmo tempo. O Sr. Suéter
Verde estava atrás da nossa mesa, seus dedões presos nos bolsos de sua calça
jeans. Ele tinha olhos azuis, com cabelo loiro estilosamente bagunçado
arrastado em sua testa.
“Olá para você,” Miley disse. “Eu sou Miley. Esta é Demi
Lovato.”
Eu franzi para Miley. Eu não apreciava ela anexando meu
sobrenome, sentindo que isso violava um contrato não-verbal entre meninas,
ainda mais melhores amigas, ao encontrar garotos desconhecidos. Eu dei um aceno
indiferente e trouxe minha xícara aos meus lábios, imediatamente queimando
minha língua.
Ele arrastou uma cadeira da mesa ao lado e se sentou de
costas nela, seus braços descansando onde suas costas deveriam estar. Esticando
uma mão para mim, ele disse, “Eu sou Elliot Saunders.” Sentindo-me formal
demais, eu apertei-a. “E esse é Jules,” ele acrescentou, sacudindo seu queixo
na direção de seu amigo, que Miley tinha subestimado grosseiramente ao chamar
de “alto”.
Jules abaixou todo o seu eu em um assento ao lado de Miley,
minimizando a cadeira.
Ela disse para ele, “Eu acho que você é o maior cara que eu
já vi. Sério, quanto você mede?”
“Dois metros e oito,” Jules murmurou, tombando em seu
assento e cruzando seus braços.
Elliot limpou sua garganta. “Posso pedir algo para as damas
comerem?”
“Estou bem,” eu disse, levantando minha xícara. “Eu já
pedi.”
Miley me chutou por debaixo da mesa. “Ela vai querer um
sonho recheado de creme de baunilha. Na verdade, dois.”
“Lá se foi a dieta, hein?” eu perguntei a Miley.
“Hein para você. A fava de baunilha é uma fruta. Uma fruta
marrom.”
“É um legume.”
“Você tem certeza disso?”
Eu não tinha.
Jules fechou seus olhos e apertou a ponte do seu nariz.
Aparentemente ele estava tão animado de estar sentado conosco quanto eu estava
de tê-los aqui.
Enquanto Elliot andava até o balcão frontal, eu deixei meus
olhos arrastarem-se até ele. Ele definitivamente estava no ensino médio, mas eu
não tinha visto ele na CHS antes. Eu me lembraria. Ele tinha uma personalidade
charmosa e extrovertida que não se dissipava no plano de fundo. Se eu não
estivesse me sentindo tão abalada, eu de fato poderia ter me interessado. Em
amizade, talvez mais.
“Você mora por aqui?” Miley perguntou a Jules.
“Hmm.”
“Vai para escola?”
“Kinghorn Prep.” Havia uma matiz de superioridade no jeito
como ele disse isso.
“Nunca ouvi falar.”
“Escola particular. Portland. Começamos as nove.” Ele
levantou sua manga e olhou para seu relógio.
Miley mergulhou um dedo na espuma de seu leite e o lambeu.
“É caro?”
Jules olhou para ela diretamente pela primeira vez. Seus
olhos se esticaram, mostrando um pouco de branco ao redor das beiradas.
“Você é rico? Aposto que é,” ela disse.
Jules olhou Miley
como se ela tivesse acabado de matar uma mosca na testa dele. Ele recuou sua cadeira
várias centímetros, se distanciando de nós.
Elliot retornou com uma caixa com meia dúzia de sonhos.
“Dois de creme de baunilha para as damas,” ele disse,
empurrando a caixa na minha direção, “e quatro com confeitos para mim. Acho que
é melhor eu me encher agora, já que eu não sei como é a lanchonete na Coldwater
High.”
Miley quase cuspiu
seu leite. “Você frequenta a CHS?”
“A partir de hoje. Eu acabei de me transferir da Kinghorn
Prep.”
“Demi e eu frequentamos a CHS,” Miley disse. “Espero que aprecie sua boa sorte. Qualquer coisa
que precise saber – incluindo quem deve convidar para o Baile da Primavera – é
só perguntar. Demi e eu não temos pares... ainda.”
Eu decidi que era hora de nos separarmos. Jules estava
obviamente entediado e irritado, e ficar na companhia dele não estava ajudando
o meu humor já impaciente. Eu fiz uma grande apresentação ao olhar no relógio
do meu celular e disse, “É melhor irmos para escola, Miley. Temos uma teste de
biologia para o qual estudar. Elliot e Jules, foi bom conhecê-los.”
“Nosso teste de biologia não é até a sexta,” disse Miley.
Do lado de dentro, eu me contraio involuntariamente. Do lado
de fora, eu sorrio descaradamente. “Certo. Eu quis dizer teste de inglês.
As obras de... Geoffrey Chaucer.” Todos sabiam que eu estava mentindo.
De um jeito remoto minha grosseria me incomodava,
especialmente já que Elliot não tinha feito nada para merecer isso. Mas eu não
queria ficar mais sentada aqui. Eu queria continuar me movendo, me distanciando
da noite passada. Talvez a memória diminuindo não fosse uma coisa tão ruim
afinal. Quanto mais cedo eu esquecesse o acidente, mais cedo minha vida
voltaria ao seu ritmo normal.
“Espero que tenha um ótimo primeiro dia, e talvez vejamos
você no almoço,” eu disse a Elliot. Então eu arrastei Miley por seu cotovelo e
a dirigi porta afora.
O dia escolar estava quase acabando, somente biologia
faltando, e após uma rápida parada no meu armário para trocar livros, eu me
dirigi para aula. Miley e eu chegamos antes de Joe; ela deslizou no assento vazio
dele e cavou em sua mochila, puxando uma caixa de Hot Tamales
“Um, a fruta vermelha
saindo já,” ela disse, oferecendo-me a caixa.
“Deixe-me advinhar... canela é uma fruta?” eu empurrei a
caixa para longe.
“Você não almoçou, tampouco,” Miley disse, franzindo a
testa.
“Não estou com fome.”
“Mentirosa. Você está sempre com fome. Isso tem a ver com Joe?
Você não está preocupada que ele esteja realmente perseguindo você, está?
Porque na noite passada, aquele negócio todo na biblioteca, eu estava brincando.”
Eu massageei círculos pequenos nas minhas têmporas. A dor
maçante que tinha tomado residência atrás dos meus olhos resplandeceram na
menção de Joe. “Joe é a última das minhas preocupações,” eu disse. Não era
exatamente verdade.
“Meu assento, se não se importa.”
Miley eu olhamos para cima simultaneamente ao som da voz de Joe.
Ele soava feliz o bastante, mas ele manteve seus olhos
treinados na Miley enquanto ela se levantava e atirava sua mochila por seu
ombro. Parecia que ela não conseguia se mover rápida o bastante; ele passou seu
braço pelo corredor, convidando-a para fora.
“Bonita como sempre,” ele disse para mim, tomando sua
cadeira. Ele se reclinou, esticando suas pernas na sua frente. Eu sempre
soubera que ele era alto, mas eu nunca tinha medido. Olhando para a extensão
das pernas dele agora, eu pressupus que ele tivesse 1,83. Talvez até 1,85.
“Obrigada,” eu respondi sem pensar. Imediatamente eu quis
retirar o que dissera. Obrigada? De todas as coisas que eu poderia
ter dito, “obrigada” era a pior. Eu não queria que Joe pensasse que eu tinha
gostado do elogio dele. Porque eu não tinha... na maior parte. Não precisava de
muita percepção para perceber que ele era encrenca, e eu já tinha tido encrenca
o bastante na minha vida. Não havia necessidade de convidar mais. Talvez se eu
o ignorasse, ele eventualmente desistiria de puxar conversa. E então poderíamos
sentar lado a lado em uma silenciosa harmonia, como todas as outras parcerias
na sala.
“Você está cheirando bem também,” disse Joe.
“Chama-se banho.” Eu estava encarando diretamente a frente.
Quando ele não respondeu, eu me virei de lado. “Sabonete. Shampoo. Água
quente.”
“Pelada. Conheço o esquema.”
Eu abri minha boca para mudar de assunto quando o sinal me
cortou.
“Coloquem seus livros de lado,” o Treinador disse de trás da
sua mesa. “Vou dar um teste de treinamento para aquecê-los para o verdadeiro
dessa sexta.” Ele parou na minha frente, lambendo seu dedo enquanto tentava
separar os testes. “Eu quero quinze minutos de silêncio enquanto respondem as perguntas.
Então discutiremos o capítulo sete. Boa sorte.”
Eu trabalhei nas primeiras questões, respondendo-as com uma
efusão rítmica de fatos memorizados. Ao menos, o teste roubou minha
concentração, empurrando o acidente da noite passada e a voz nos fundos da
minha mente questionando a minha sanidade de lado. Parando para me livrar de
uma câimbra da mão que escrevia, eu senti Joe se inclinar na minha direção.
“Você parece cansada. Noite difícil?” ele sussurrou.
“Eu te vi na biblioteca.” Tomei cuidado em deixar meu lápis
deslizando por sobre o meu teste, parecendo concentrada no trabalho.
“O ponto alto da minha noite.”
“Você estava me seguindo?”
Ele reclinou sua cabeça e riu suavemente.
Eu tentei uma abordagem diferente. “O que você estava
fazendo lá?”
“Pegando um livro.”
Eu senti os olhos do Treinador em mim e me dediquei ao
teste. Após responder mais diversas perguntas, eu roubei uma olhadela à minha
esquerda. Eu fiquei surpresa ao encontrar Joe já me observando. Ele sorriu.
Meu coração deu um salto inesperado, assustado por esse
sorriso bizarramente atraente. Para o meu horror, eu fiquei tão alarmada que
derrubei meu lápis. Ele saltou pelo tampo da mesa algumas vezes antes de rolar
pela beirada. Joe se inclinou para apanhá-lo. Ele o segurou na palma de sua mão,
e eu tive que me concentrar para não tocar na pele dele enquanto eu o pegava.
“Depois da biblioteca,” eu sussurrei. “Para onde você foi?”
“Por quê?”
“Você me seguiu?” eu exigi baixinho.
“Você parece um tanto irritada, Demi. O que aconteceu?” Suas
sobrancelhas se levantaram em preocupação. Era tudo apresentação, porque havia
uma faísca derrisória no centro de seus olhos negros.
“Você está me seguindo?”
“Por que eu iria querer te seguir?”
“Responda a pergunta.”
“Demi.” O aviso na voz do Treinador me chamou de volta para
o teste. Mas eu não conseguia evitar especular sobre qual teria sido a resposta
dele, e ela me fez querer deslizar para longe de Joe. Para o outro lado da
sala. Para o outro lado do universo.
O Treinador gorjeou seu apito. “O tempo acabou. Passem seus
testes para frente. Esperem perguntas similares nessa sexta. Agora” – ele
juntou suas mãos, e o som seco dele me fez estremecer – “para a lição de hoje.
Senhorita Cyrus, quer declarar o nosso tópico?”
“S-e-x-o,” Miley anunciou.
Precisamente após ela ter anunciado, eu desliguei. Joe
estava me seguindo? Era ele o rosto por trás da máscara de esqui – se houvesse
mesmo um rosto por trás da máscara? O que ele queria? Eu abracei meus
cotovelos, de repente me sentindo muito gelada. Eu queria que a minha vida
voltasse a ser do jeito que era antes de Joe entrasse de supetão na minha vida.
Ao final da aula, eu impedi Joe de ir embora. “Podemos
conversar?”
Ele já estava de pé, então ele se sentou na beirada da mesa.
“O que foi?”
“Eu sei que você não quer se sentar perto de mim mais do que
eu quero me sentar perto de você. Eu acho que o Treinador pode considerar mudar
os nossos assentos se você falar com ele. Se você explicar a situação –”
“A situação?”
“Nós não somos – compatíveis.”
Ele esfregou uma mão em sua mandíbula, um gesto calculado ao
qual eu tinha me acostumado nos poucos dias que eu o conhecia. “Não somos?”
“Não estou anunciando notícias devastadoras aqui.”
“Quando o Treinador perguntou a minha lista de qualidades
desejadas em uma companheira, eu dei você a ele.”
Minha boca caiu ligeiramente. “Retire o que disse.”
“Inteligente. Atraente. Vulnerável. Você discorda?”
Ele estava fazendo isso com o único propósito de me
antagonizar, e isso só me irritava mais. “Você vai pedir ao Treinador para
mudar os nossos assentos ou não?”
“Passo. Me afeiçoei a você.”
O que eu devia dizer a isso? Ele estava obviamente mirando
para conseguir uma reação de mim. O que não era difícil, já que eu nunca
conseguia dizer quando ele estava brincando, e quando ele estava sendo sincero.
Eu tentei injetar uma medida de equanimidade na minha voz.
“Eu acho que você ficaria muito melhor sentado com outra pessoa. E acho que
você sabe disso.” Eu sorri, tensa, mas educada.
“Acho que eu poderia acabar ao lado da Miley.” O sorriso
dele parecia tão educado quando. “Não vou forçar a minha sorte.”
Miley apareceu do lado da nossa mesa, olhando entre mim e Joe.
“Interrompendo algo?”
“Não,” eu disse, fechando a minha mochila com força. “Eu
estava perguntando ao Joe sobre a leitura de hoje a noite. Eu não conseguia
lembrar quais páginas o Treinador tinha passado.”
Miley disse, “A lição está no quadro, como sempre. Como se
você já não tivesse lido-a.”
Joe riu, parecendo dividir uma piada particular com ele
mesmo. Não pela primeira vez, eu desejei saber o que ele estava pensando.
Porque as vezes eu tinha certeza que essas piadas particulares tinham tudo a
ver comigo. “Algo mais, Demi?” ele disse.
“Não,” eu disse. “Vejo você amanhã.”
“Vou ficar esperando.” Ele piscou. Realmente piscou.
Após Joe estar fora de alcance, Miley agarrou meu braço.
“Boas notícias. Jonas. Esse é o sobrenome dele. Eu vi na lista de chamada do
Treinador.”
“E isso é algo para se estar feliz porque...?”
“Todos sabem que os estudantes devem registrar remédios na
enfermaria.” Ela puxou o bolso fronteiro da minha mochila, onde eu mantinha
minhas pílulas de ferro. “Igualmente, todos sabem que a enfermaria está
convenientemente
localizada no lado de dentro do escritório principal, onde,
acontece, as fichas estudantis também são mantidas.”
Os olhos ardentes, Miley travou seu braço no meu e puxou-me
na direção da porta. “Hora de fazer uma investigação de verdade.”
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Dêem uma olhada no blog super divo da Bruna, e eu já te sigo e acompanho sua fic maravilhosa ok? auhsuahs Jemi FBI. Comentem para o próximo capitulo pessoal
Beiju
Dêem uma olhada no blog super divo da Bruna, e eu já te sigo e acompanho sua fic maravilhosa ok? auhsuahs Jemi FBI. Comentem para o próximo capitulo pessoal
Beiju
to amando sua fic, so demorei para comentar por que tava sem net! é´muito engraçada, sei la.
ResponderExcluirsuper legal...
adorei...
beijos e posta logo............