NA NOITE SEGUINTE, ÀS
SETE, O ESTACIONAMENTO DO BORDERLINE ESTAVA APINHADO. Após aproximadamente uma
hora implorando, Miley e eu havíamos convencido seus pais que nós precisávamos
celebrar sua primeira noite fora do hospital com chiles rellenos e virgin strawberry
daiquiris. Afinal, era isso o que estávamos planejando. Mas também tínhamos um
outro motivo por trás.
Eu guiei o Neon até uma vaga estreita no estacionamento e desliguei o motor.
“Ew,” disse Miley quando eu a devolvi as chaves e toquei em sua mão. “Acha que
poderia suar mais?”
“Eu estou nervosa.”
“Uh, eu não tenho dúvidas.”
Eu olhei descuidadamente para a porta.
“Eu sei o que você está pensando,” Miley disse, pressionando seus lábios. “E a
resposta é não. Não, ou seja, sem chance.”
“Você não sabe o que eu estou pensando,” eu disse.
Miley lançou um olhar incrédulo para o meu braço. “A merda que eu não sei.”
“Eu não ia fugir,” eu disse. “Eu, não.”
“Mentirosa.”
Terça-feira era a noite de folga de Joe, e Miley havia enfiado na minha cabeça
que aquela era a oportunidade perfeita para interrogar seus colegas de
trabalho. Eu me imaginei desfilando até o bar, dando ao barman o sorriso
exótico de Taylor Swift, e então seguindo para o tópico Joe. Eu precisava do
endereço dele. Eu precisava de qualquer informação sobre antecedentes
criminais. Eu precisava saber se ele tinha alguma conexão com o cara na máscara
de ski, não importa o quanto mínima fosse. E eu precisava descobrir por que o
cara na máscara de ski e a garota misteriosa estavam na minha vida.
Eu vasculhei minha bolsa, checando novamente se a lista de interrogação que eu
havia preparado ainda estava comigo. Uma parte da lista era preenchida com
questões sobre a vida particular do Joe. O outro lado da folha continha alguns
truques de flerte. Só no caso de precisar.
“Whoa, whoa, whoa,” Miley disse. “O que é isso?”
“Nada,” eu disse, escondendo a lista.
Miley tentou pegar a lista, mas eu fui mais rápida e já a tinha no fundo da
minha bolsa antes que Miley pudesse alcançá-la.
“Regra número um,” Miley disse. “Não existe essa história de truques de
flerte”.
“Toda regra tem sua exceção.”
“E você não é uma!” Ela puxou dois sacos plásticos da lanchonete 7-Eleven do
banco de trás e saiu do carro. Assim que eu saí também, ela utilizou seu braço
bom para lançar os dois sacos sobre o teto do Neon, na minha direção.
“O que é isso?” eu perguntei, pegando os sacos. Eles estavam atados e eu não
podia ver o que tinha dentro, mas o contorno inconfundível de um salto stiletto
ameaçou aparecer através do plástico.
“Tamanho 36,” Miley disse. “Pele de tubarão. É mais fácil interpretar um
personagem quando se está usando as roupas certas.”
“Eu não consigo andar em saltos altos.”
“Ainda bem que não são altos, então.”
“Parecem altos,” eu disse, examinando o salto do sapato.
“Quase cinco polegadas. Só começa a ser alto a partir das cinco polegadas
completas.”
Perfeito. Se eu não quebrasse o pescoço, eu só teria que me humilhar tentando
seduzir garçons em troca dos segredos do Joe.
“Olha aqui,” disse Miley quando paramos na calçada em frente às portas de
entrada. “Eu meio que convidei algumas pessoas. Quanto mais, melhor, certo?”
“Quem?” eu perguntei, sentindo o terrível pressentimento de algo ruim a caminho
na boca do estômago.
“Jules e Elliot.”
Antes de eu ter tido tempo de dizer a Miley o quão ruim eu achava aquela ideia,
ela disse, “Momento da verdade: eu meio que andei encontrando o Jules.
Escondido.”
“O quê?”
“Você tinha que ver a casa dele. Bruce Wayne não pode competir. Os pais dele ou
são traficantes na América do Sul ou são da máfia. Já que eu ainda não os
conheci, eu não posso dizer qual das opções.”
Eu não conseguia encontrar palavras. Minha boca abria e fechava, mas nada saía.
“Quando aconteceu?”, eu finalmente consegui perguntar.
“Um pouco depois daquela agradável manhã no Enzo’s.”
“Agradável? Miley, você não tem ideia –“
“Eu espero que eles tenham chegado antes e reservado uma mesa,” Miley disse,
esticando o pescoço enquanto olhava a multidão acumulada ao redor das portas.
“Eu não quero esperar. Eu estou seriamente a dois curtos minutos de morrer de
fome.”
Eu segurei Miley por seu cotovelo bom, puxando-a para o lado. “Há algo que eu
preciso lhe contar –“
“Eu sei, eu sei,” ela disse. “Você acha que há uma pequena chance de Elliot ter
me atacado domingo à noite. Bom, eu acho que você confundiu o Elliot com o Joe.
E depois que você fizer a sua parte hoje à noite, você vai ver como eu estou
certa. Acredite, eu quero saber quem me atacou tanto quanto você. Provavelmente
até mais. É pessoal agora. E enquanto estamos nessa troca de conselhos, aqui
vai o meu. Fique longe do Joe. Só para se manter viva.”
“Fico feliz que esteja tentando me manter viva,” eu disse sobriamente, “mas
olha só. Eu achei um artigo...“
As portas do Borderline se abriram. Uma brisa refrescante e quente, carregando
o cheiro de limão e cilantro, veio até nós, ainda com o som de uma banda
mexicana tocando através dos auto-falantes.
“Bem vindas ao Borderline,” a hostess nos recebeu. “Mesa para duas esta noite?”
Elliot estava de pé atrás dela, dentro do hall esmaecido. Nós nos vimos ao
mesmo tempo. Sua boca sorriu, mas seus olhos não.
“Ladies,” ele disse, juntando as mãos enquanto se aproximava. “Maravilhosas,
como sempre.”
Minha pele se arrepiou.
“Onde está seu parceiro de crime?” Miley perguntou, entrando no hall. Lanternas
de papel pendiam do teto, e um mural de uma cidade mexicana ocupava o espaço de
duas paredes. Os bancos de espera estavam lotados. Não havia sinal de Jules.
“Más notícias”, disse Elliot. “O homem está doente. Vocês terão que se
contentar apenas comigo.”
“Doente?” Miley demandou. “Como assim, ‘doente’? Que tipo de desculpa é
doente?”
“O tipo em que a comida sai pelos dois lados”.
Miley torceu o nariz. “Informação demais.”
Eu ainda estava tendo dificuldade tentando digerir a ideia de haver algo acontecendo
entre Miley e Jules. Jules pareceu mal humorado, carrancudo, e completamente
desinteressado quanto estar à companhia de Miley ou de
qualquer outra pessoa. Nenhuma parte de mim se sentia confortável com a ideia
de Miley estar passando tempo com Jules. Não necessariamente por causa do quão
desagradável ele era ou o quão pouco eu sabia sobre ele, mas por causa da única
coisa que eu tinha certeza: ele era um amigo muito próximo de Elliot.
A hostess tirou três menus do alto de um cubículo encaixado à parede e nos
guiou a uma mesa tão próxima à cozinha que eu podia sentir o calor dos fornos
através das paredes. À nossa esquerda estava o bar de salsa. À nossa direita
portas de vidro úmidas com água condensada mostravam um pátio externo. Minha
blusa social já estava grudando nas minhas costas com o suor. Meu suor deve ter
aumentado mais provavelmente por causa da notícia da aproximação exagerada de Miley
e Jules do que com o aumento de calor, no entanto.
“Está boa?”, a hostess perguntou, indicando a mesa.
“Ótima,” Elliot disse, tirando a jaqueta. “Eu adoro este lugar. Se a sala não
manter você aquecido, a comida certamente irá.”
O sorriso da hostess aumentou. “Você já esteve aqui antes. Podemos começar com
batatas e a nossa mais nova salsa de jalapeño? É a mais apimentada.”
“Eu gosto das coisas apimentadas,” disse Elliot.
Eu tinha completa certeza de que ele estava insinuando algo mais. Eu tinha sido
muito generosa em pensar que ele não era tão humilde quanto Taylor. Eu tinha
sido muito generosa quanto ao seu caráter, ponto. Especialmente agora que eu
sabia que ele tinha toda uma investigação policial sendo escondida com sei lá
quantos outros esqueletos em seu armário.
A hostess fez uma avaliação de olhar rápida sobre ele. “Eu volto logo com as
batatas e a salsa. A sua garçonete estará aqui logo, logo para anotar os
pedidos.”
Miley sentou-se à mesa primeiro. Eu deslizei ao seu lado, e Elliot pegou o
assento em minha frente. Nossos olhos se conectaram, e houve um flash de algo
sombrio nos dele. Algo mais ou menos como ressentimento. Talvez até
hostilidade. Eu me perguntei se ele sabia que eu tinha visto o artigo.
“Roxo é a sua cor, Nora,” ele disse, assentindo para o meu cachecol enquanto eu
o desenrolava do meu pescoço e o amarrava na alça da minha bolsa. “Destaca os
seus olhos.”
Miley chutou os meus pés. Ela realmente pensava que aquilo vindo dele era um
elogio.
“Então,” eu disse a Elliot com um sorriso falso, “por que você não nos conta
mais sobre Kinghorn Prep?”
“É,” Miley entrou na conversa. “Há alguma sociedade secreta lá? Como nos
filmes?”
“O que há para contar?”, Elliot disse. “Grande escola. Fim da história.” Ele
pegou seu menu e o analisou. “Alguém interessado em um aperitivo? Eu estou.”
“Se é uma escola tão boa, por que você se transferiu?” Eu encontrei seus olhos
e os segurei. Fracamente, eu arqueei as sobrancelhas, desafiando-o.
Um músculo na mandíbula de Elliot saltou um pouco antes de ele abrir um
sorriso. “As garotas. Eu ouvi dizer que elas eram muito desinteressantes nessas
partes. O rumor era verdadeiro.” Ele piscou para mim, e um sentimento frio como
gelo desceu da minha cabeça para os meus pés.
“Por que Jules não se transferiu também?” perguntou Miley. “Nós poderíamos ter
sido o quarteto fabuloso, só que um pouco melhor. O quarteto fenomenal.”
“Os pais de Jules são obcecados pela sua educação. Intensidade nem sequer cobre
parte disso. Eu juro pela minha vida, ele está indo direto para o topo. O cara
não pode ser parado. Quer dizer, eu confesso, eu sou bom na escola. Melhor que
a maioria. Mas ninguém ultrapassa Jules. Ele é um deus acadêmico.”
O olhar sonhador retornou aos olhos de Miley. “Eu nunca conheci os pais dele,”
ela disse. “Nas vezes em que eu fui lá, eles estavam sempre fora da cidade ou
trabalhando.”
“Eles trabalham muito,” Elliot concordou, voltando seus olhos para o menu,
dificultando para mim ler qualquer coisa neles.
“Onde eles trabalham?” Eu perguntei.
Elliot tomou um longo gole da sua água. Pareceu-me que ele estava apenas
ganhando tempo enquanto pensava numa resposta. “Diamantes. Eles passam muito
tempo na África e na Austrália.”
“Eu não sabia que a Austrália era grande no comércio de diamantes,” eu disse.
“É, nem eu,” disse Miley.
Na verdade, eu tinha muita certeza de que a Austrália não tinha nenhum
diamante. Ponto.
“Por que eles estão morando no Maine?”, eu perguntei. “Por que não na África?”
Elliot estudou seu menu com mais intensidade. “O que vocês vão pedir? Eu acho
que a steak fajita parece boa.”
“Se os pais de Jules estão no negócio de diamantes, eu aposto que eles sabem
muito sobre escolher o anel de noivado perfeito,” Miley disse. “Eu sempre quis
uma esmeralda com corte solitaire.”
Eu chutei Miley sob a mesa. Ela me espetou com o seu garfo.
“Oww!”, eu disse.
Nossa garçonete parou ao lado da mesa em tempo suficiente para perguntar, “Algo
para beber?”
Elliot olhou sobre o topo do seu menu, primeiro para mim, depois para Miley.
“Diet Coke,” Miley disse.
“Água com pedaços de limão, por favor,” eu disse.
A garçonete retornou rapidamente com nossas bebidas. Seu retorno foi a minha
chance para sair da mesa e iniciar o primeiro passo do plano, e Miley me
lembrou com uma segunda espetada de sob-a-mesa.
“Miley,” eu disse entre dentes. “Você gostaria de me acompanhar até o banheiro
feminino?” Eu de repente não quis mais continuar com o plano. Eu não queria
deixar Miley sozinha com Elliot. O que eu realmente queria era tirá-la dali,
contar a ela sobre a investigação de assassinato, e então achar algum jeito de
fazer Elliot e Jules desapareceram das nossas vidas.
“Por que você não vai sozinha?”, disse Miley. “Eu acho que seria um plano
melhor.” Ela balançou a cabeça na direção do bar e murmurou ‘Vai!’ em linguagem
labial, enquanto balançava os pés sob a mesa.
“Eu estava planejando ir sozinha, mas eu realmente gostaria que você se
juntasse a mim.”
“O que há com as garotas?”, Elliot disse, sorrindo. “Eu juro, eu nunca vou
conhecer uma só garota que vá sozinha ao banheiro.” Ele balançou a cabeça e
sorriu conspiratoriamente. “Contem-me o segredo. Sério. Eu pago cinco dólares
para cada uma.” Ele levou sua mão até o bolso traseiro. “Dez, se eu for junto
para ver qual o grande lance lá dentro.”
Miley sorriu. “Pervertido. Não esqueça isso,” ela me disse, entregando-me os
sacos da 7-Eleven.
As sobrancelhas de Elliot se arquearam.
“Lixo,” Miley explicou a ele. “A lixeira do lado da minha casa estava cheia.
Minha mãe perguntou se eu podia jogar fora quando saísse.”
Elliot não parecia ter acreditado nela, e Miley não parecia se importar. Eu me
levantei, meus braços suando loucamente, e engoli minha frustração.
Andando entre as mesas, eu entrei no hall e fui em direção aos banheiros. O
hall era decorado no estilo “terra-cotta”, com maracas, sombreiros e
bonecos de madeira. Estava mais quente aqui, e eu limpei a testa com as
costas da mão. O plano agora era ir embora o mais rápido possível. Assim que eu
estivesse de volta à mesa, eu formularia uma desculpa sobre ter que ir embora,
e arrastaria Miley comigo. Com ou sem o consentimento dela.
Depois de espreitar abaixo das três cabines do banheiro feminino e confirmar
que eu estava sozinha, eu tranquei a porta do banheiro e despejei todo o
conteúdo dos sacos 7-Eleven sobre a pia. Uma peruca dourada plantinum, um sutiã
roxo, um top tubinho preto, uma minissaia com lantejoulas, uma meia-calça
arrastão rosa, e um par de saltos stiletto de pele de tubarão tamanho 36.Eu
enfiei o sutiã, o top tubinho e as meia-calças dentro dos sacos. Depois de
tirar minhas jeans, eu vesti a minissaia. Escondi meu cabelo sob a peruca
dourada e apliquei o batom. Eu finalizei tudo com um generoso aplique do gloss
labial de alto brilho.
“Você consegue,” eu disse ao meu reflexo, tampando o brilho labial e esfregando
os lábios um no outro. “Você consegue dar uma de Taylor Swift. Seduzir homens
em troca de segredos. Quão difícil isso pode ser?”
Chutei os meus sapatos para longe, enfiando-os dentro de um saco junto com as
jeans, então escondi os sacos sob a pia, escondidos. “Além disso,” eu
continuei, “não há nada de errado em sacrificar um pouco de orgulho pela
inteligência. E se você quiser olhar isso por um lado mais mórbido, você pode
até dizer que se você não conseguir respostas, você pode acabar morta. Porque
goste ou não, alguém lá fora quer você morta.”
Eu localizei os saltos de pele de tubarão dentro da minha visão periférica.
Eles não eram as coisas mais feias que eu já havia visto, poderiam até ser
considerados sensuais. Eu enfiei o pé dentro deles e comecei a treinar,
desfilando pelo banheiro várias vezes.
Dois minutos depois eu me sentei em um banco em frente ao bar.
O barman me olhou. “Dezesseis?”, ele chutou. “Dezessete?”
Ele parecia ser uns dez anos mais velho do que eu e tinha um cabelo castanho
escuro raspado. Uma argola de prata pendia de sua orelha direita. Camiseta
branca e calças Levi’s. Nada mal... mas não muito bom, também.
“Eu não sou uma bebedeira de menor idade,” eu disse alto o bastante para ele me
ouvir sobre a música. “Eu estou esperando por um amigo. Eu tenho uma boa visão
das portas de entrada daqui.” Eu retirei a lista de perguntas da minha bolsa e
disfarçadamente posicionei a folha de papel sob um saleiro de vidro.
“O que é isso?”, o barman perguntou, enxugando suas mãos em uma toalha e apontando
com a cabeça para a lista.
Eu empurrei a lista mais para baixo do saleiro. “Nada,” eu disse, toda
inocente.
Ele arqueou uma sobrancelha.
Eu decidi falhar com a verdade. “É uma... lista de compras. Eu tenho que
comprar algumas coisas para a minha mãe quando for para casa.” O que aconteceu
com o flerte? Eu perguntei a mim mesma. O que aconteceu com Taylor Swift?
Ele me mandou um olhar de avaliação que eu decidi que não era completamente
negativo. “Depois de trabalhar neste negócio por cinco anos, eu me tornei muito
boa em localizar mentirosos.”
“Eu não sou uma mentirosa,” eu disse. “Talvez eu estivesse mentindo um segundo
atrás, mas foi apenas uma mentira. Uma mentirinha boba não faz de alguém um
mentiroso”.
“Você parece uma repórter,” ele disse.
“Eu trabalho para o eZine da minha escola.” Eu queria me chutar. Repórteres não
inspiravam confiança nas pessoas. As pessoas normalmente suspeitavam de
repórteres. “Mas eu não estou trabalhando hoje à noite,” eu emendei
rapidamente. “Estritamente diversão esta noite. Sem trabalho. Sem anotações.
Sem nada demais.”
Depois de um momento de silêncio eu decidi que o melhor movimento agora era ir
em frente. Eu pigarreei e disse, “O Borderline é um lugar popular para empregar
estudantes do colegial?”
“Nós temos muitos estudantes trabalhando em meio período, é. Hostesses e
entregadores e tal.”
“Sério?” Eu disse, fingindo surpresa. “Talvez eu conheça alguns deles. Cite
alguns.”
O barman virou os olhos para o teto e coçou a barba por fazer em seu queixo. O
seu olhar vazio não estava inspiravam confiança em mim. Sem mencionar que eu
não tinha muito tempo. Elliot podia estar colocando algum tipo de drogas letais
na bebida da Miley
“E que tal Joseph Jonas?” Eu perguntei. “Ele trabalha aqui?”
“Joseph? Yeah. Ele trabalha aqui. Em algumas noites, e nos fins de semanas.”
“Ele estava trabalhando no domingo?” Eu tentei não soar muito curiosa. Mas eu
precisava saber se era possível Joe ter estado no píer. Ele disse que havia uma
festa na costa, mas talvez seus planos haviam mudado. Se alguém verificasse que
ele estava trabalhando no domingo à noite, eu poderia descartar seu
envolvimento no ataque de Miley.
“Domingo?” Mais coça, coça. “As noites se misturam. Tente alguma hostess.
Qualquer uma irá lembrar. Todas elas dão risadinhas e ficam um pouco esquisitas
quando ele está por perto.” Ele sorriu como se eu de alguma forma simpatizasse
com elas.
Eu disse, “Você não poderia acessar algum histórico de trabalho dele?” Com o
seu endereço escrito.
“Isso seria um não.”
“Só por curiosidade,” eu disse, “você sabe se é possível ser empregado aqui se
tiver um assassinato na ficha?”
“Um assassinato?” Ele fez um barulho que parecia uma risada. “Você está me
zoando?”
“Ok, talvez não um assassinato, mas que tal um pequeno delito?”
Ele pousou suas mãos no balcão e se inclinou para mais perto. “Não.” Seu tom
havia mudado de humorado para insultado.
“Bom. É muito bom saber.” Eu me reposicionei no banco de bar, e senti a pele
das minhas coxas escorregarem pelo banco. Eu estava suando. Se a regra número
um do flerte era ‘sem listas sobre flerte’, eu tinha completa certeza que a
número dois era ‘não sue’.
Eu consultei minha lista.
“Você sabe se o Joseph já teve alguma injunção? Ele tem um histórico de crime?”
Eu suspeitava que o barman estava sentindo uma vibração ruim por minha parte, e
decidi fazer todas as minhas perguntas rapidamente antes que ele me expulsasse
do bar – ou pior, me despejasse do restaurante por assédio a informações
restritas e comportamento suspeito. “Ele tem uma namorada?” Eu soltei.
“Vá perguntar a ele,” ele disse.
Eu pisquei. “Ele não está trabalhando esta noite.”
Ao sorriso do barman, meu estômago pareceu se revirar.
“Ele não está trabalhando hoje... está?” Eu perguntei, minha voz pulando uma
oitava. “Ele deveria estar de folga nas terças!”
“Normalmente, sim. Mas ele está cobrindo por Benji. Benji está no hospital.
Ruptura no apêndice.”
“Você quer dizer que o Joe está aqui? Agora?” Eu lancei um olhar por sobre meu
ombro, passando a mão pela peruca para cobrir meu perfil enquanto escaneava a
área de jantar atrás dele.
“Ele foi para a cozinha há alguns minutos.”
Eu já estava me atirando do banco do bar. “Eu acho que deixei o carro ligado.
Mas foi bom falar com você!” Eu corri o mais rápido que pude até os banheiros.
Dentro do banheiro feminino eu fechei a porta atrás de mim, respirei
profundamente algumas vezes com as minhas costas pressionadas na porta, e então
andei até a pia e joguei água gelada no meu rosto. Joe descobriria que eu o
havia espionado. Minha performance memorável garantia isso. Por um lado, isso
era uma coisa ruim porque, bem, era humilhante. Mas quando eu pensava nisso, eu
tinha que admitir o fato de que Joe era bem misterioso. Pessoas misteriosas não
gostavam que sua vida pessoal fosse espionada e descoberta. Como ele reagiria
quando descobrisse que eu estava o analisando com uma lupa de laboratório?
E agora eu me perguntava por que eu tinha vindo até aqui, afinal, já que bem no
fundo eu não acreditava que Joe era o cara com a máscara de ski. Talvez ele
guardasse segredos sombrios e perturbadores, mas correr por aí com uma máscara
de ski não era um deles.
Eu fechei a torneira, e quando olhei para cima, o rosto de Joe estava refletido
no espelho. Eu gritei e me virei.
Ele não estava sorrindo, e não parecia particularmente divertido.
“O que você está fazendo aqui?”, arfei.
“Eu trabalho aqui.”
“Eu quero dizer aqui. Não sabe ler? A placa na porta diz...”
“Eu estou começando a pensar que você está me seguindo. Toda vez que eu me
viro, aí está você.”
“Eu queria levar a Miley para jantar,” eu expliquei. “Ela está no hospital.” Eu
soava na defensiva. Eu tinha certeza que aquilo apenas me fazia parecer mais
culpada. “Eu nunca sonhei que iria acabar me esbarrando em você. Hoje tinha que
ser a sua noite de folga. E do que você está falando? Toda vez que eu me viro,
aí está você.”
Os olhos de Joe eram afiados, intimidadores, extraidores. Eles calculavam cada
palavra minha, cada movimento meu.
“Quer explicar o cabelo horrível?”, ele disse.
Eu arranquei a peruca da minha cabeça e a coloquei sobre a pia. “Quer explicar
onde você estava? Você faltou os últimos dois dias de aula.”
Eu tinha quase certeza de que Joe não iria revelar por onde ele tinha andado,
mas ele disse, “Jogando paintball. O que você estava fazendo no bar?”
“Conversando com o barman. Isso é um crime?” Apoiando uma mão contra o balcão,
eu levantei um pé para desafivelar os saltos altos. Eu me inclinei para
o lado, e a lista de interrogação flutuou para fora do meu decote e pousou no
chão.
Eu me joguei sobre os joelhos para pegá-la, mas Patch foi mais rápido. Ele
segurou a lista acima da cabeça enquanto eu pulava para alcançá-la.
“Devolva-me isso!”, eu disse.
“Joe tem alguma ordem de restrição contra ele?”, ele leu. “Joe é um assassino?”
“Me... devolva...isso!” Eu assobiei furiosamente.
Joe soltou uma risada suave, e eu soube que ele havia passado para a próxima
pergunta. “Joe tem uma namorada?”
Ele enfiou a lista em seu bolso traseiro. Eu estava seriamente tentada a
pegá-la, ignorando sua localização.
Ele se inclinou sobre o balcão, nivelando nossos olhos. “Se você pretende sair
por aí perguntando coisas sobre mim, eu preferiria que você me perguntasse.”
“Essas perguntas” – eu apontei com a cabeça para onde ele havia escondido a
lista – “eram uma brincadeira. Miley as escreveu,” eu adicionei em um flash de
inspiração. “É tudo culpa dela.”
“Eu conheço a sua caligrafia, Demi.”
“Bem, ok, ótimo,” eu comecei, procurando alguma resposta inteligente, mas eu
demorei muito e perdi minha chance.
“Sem injunções,” ele disse. “Sem assassinatos.”
Eu levantei meu queixo. “Namorada?” Eu disse a mim mesma que eu não me
importava com aquela resposta. Qualquer coisa estava ótimo para mim.
“Não é da sua conta.”
“Você tentou me beijar,” eu o lembrei. “Isso é da minha conta agora.”
A sombra de um pirata sorrindo surgiu em sua boca. Eu tive a impressão que ele
estava repassando todo o pequeno detalhe daquele quase-beijo, incluindo meu
suspiro-gemido-suspiro.
“Ex-namorada,” ele disse após um momento.
Meu estômago deu um salto quando de repente um pensamento surgiu em minha
mente. E se a garota de Delphic e Victoria’s Secret fosse a ex de Joe? E se ela
me viu falando com ele na arcada e – enganadamente – achou que havia muito mais
coisa no nosso relacionamento? Se ela ainda fosse apaixonada por ele, fazia
sentido que ela ficasse com ciúme suficiente para começar a me seguir. Algumas
peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar...
E então Joe disse, “Mas ela não está mais por perto.”
“O que você quer dizer com isso?”
“Ela se foi. E não vai mais voltar.”
“Você quer dizer... que ela está morta?” Eu perguntei.
Joe não negou.
Meu estômago de repente ficou pesado e nauseado. Eu não esperava por isso. Joe teve
uma namorada, e agora ela estava morta.
Alguém forçou a porta do banheiro, querendo abri-la. Eu tinha me esquecido que
eu tinha trancado. O que me fez me perguntar como Joe conseguiu entrar ali. Ou
ele tinha uma chave, ou havia outra explicação. Uma explicação na qual eu
provavelmente não iria querer pensar, como passando sob a porta como ar. Como
fumaça.
“Eu preciso voltar ao trabalho,” Joe disse. Ele me lançou um olhar de cima a
baixo, demorando-se um pouco no meu quadril. “Saia de matar. Pernas perfeitas.”
Antes que eu pudesse formular qualquer pensamento coerente, ele estava passando
pela porta.
A mulher esperando para entrar no banheiro me olhou, então olhou para Joe por
sobre seus ombros, que estava desaparecendo pelo hall. “Querida,” ela me disse,
“ele parece escorregadio como sabão.”
“Boa descrição,” eu murmurei.
Ela passou a mão por seu cabelo prateado curto. “Uma garota poderia escorregar
em um sabão daqueles.”
Depois de recolocar as minhas próprias roupas, eu voltei à mesa e escorreguei
no banco ao lado de Miley. Elliot checou o seu relógio e arqueou as
sobrancelhas para mim.
“Desculpe ter demorado tanto,” eu disse. “Eu perdi alguma coisa?”
“Nada,” disse Miley. “Sempre a mesma coisa, sempre a mesma coisa.” Ela chutou o
meu joelho, e a pergunta estava implícita. E então?
Antes que eu pudesse retornar o chute, Elliot disse, “Você perdeu a garçonete.
Eu pedi burritos para você.” Um sorriso assustador surgiu nos cantos da sua
boca.
Eu vi minha chance.
“Na verdade, eu não tenho certeza se eu estou a fim de comer.” Eu fiz uma
expressão nauseada que não era completamente forçada. “Eu acho que peguei o que
Jules tem.”
“Oh, cara,” Miley disse. “Você está bem?”
Eu balancei a cabeça.
“Eu vou procurar a nossa garçonete e pedir para embalar para a viagem,” Miley
sugeriu, caçando as chaves do carro na bolsa.
“E quanto a mim?”, disse Elliot, parecendo apenas um pouco brincalhão.
“Fica pra próxima?”
Bingo, eu pensei.
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Boa noite pessoal
Preciso desabar... então, eu perdi o meu bebêzinho, meu celular ):
Ele morreu, minha mãe colocou na maquina de lavar junto com uma calça, então to desde ontem esperando ele secar ):
Minha vida depende dele e agora to sem, vou chorar :c
Obrigada Thais por estar sempre comentando aqui e tudo mais, adoro você <3
Até a próxima amores s2
Boa noite pessoal
Preciso desabar... então, eu perdi o meu bebêzinho, meu celular ):
Ele morreu, minha mãe colocou na maquina de lavar junto com uma calça, então to desde ontem esperando ele secar ):
Minha vida depende dele e agora to sem, vou chorar :c
Obrigada Thais por estar sempre comentando aqui e tudo mais, adoro você <3
Até a próxima amores s2
AMEI o capítulo, principalmente o cometário do Joe sobre as pernas da Demi jkbkjzxcbvxjçz, tipo também me fiz a mesma pergunta da Demi quando o Joe entrou no banheiro, kkk
ResponderExcluirAwn, também te adoro <3333 vou adorar mais se você postar logo, ashauhsuahsu POSTA LOGO!!!
bjs